DA REPORTAGEM LOCAL

A elevação dos juros norte-americanos em 0,25 ponto percentual foi bem recebida pelo mercado brasileiro. Uma alta dessa magnitude já era aguardada por investidores e analistas.
Para o Brasil, a decisão não deve se traduzir em momentos de maior turbulência, avaliam analistas. Isso porque os ativos financeiros já haviam se ajustado a uma elevação dos juros no tamanho anunciado. Ou seja, já esperando que a taxa americana subiria para 1,25%, investidores haviam nos últimos meses vendido títulos e saído de fundos de países emergentes (como o Brasil) e migrado para papéis americanos.
"Com a decisão do Fed, o cenário fica menos tenso. Os investidores ainda devem manter alguma cautela, mas o período mais turbulento já passou", afirma Roberto Padovani, da consultoria Tendências.
O risco-país brasileiro, que girou em torno dos 400 pontos no começo do ano, chegou a superar os 800 pontos em maio. Isso aconteceu porque os investidores venderam maciçamente títulos do Brasil -o risco-país é calculado a partir do valor desses papéis.
Charles Philipp, diretor da SLW Corretora, diz que este semestre deve ser melhor do que o primeiro, com menos turbulências, mas que não se deve esperar um fluxo positivo de recursos para os emergentes, como aconteceu no início do ano.
Analistas apontaram a nota divulgada pelo Fed ao fim da reunião de ontem, que mostrou que a autoridade monetária vai seguir com uma postura "comedida" no ritmo do aperto monetário, como importante para manter o mercado positivo.


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