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POLÍTICA MONETÁRIA
Centro será de 4,5%, igual ao de 2005, mas intervalo de tolerância será de 2 pontos percentuais, e não de 2,5
Meta de inflação terá teto menor em 2006
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O CMN (Conselho Monetário
Nacional) decidiu ontem manter
a meta de inflação de 2005, que é
de 4,5%, em 2006. O intervalo de
tolerância, porém, caiu.
Em vez de permitir até 2,5 pontos percentuais para cima ou para
baixo do centro da meta, a partir
de 2006 essa tolerância será de 2,0
pontos. Enquanto a inflação de
2005 poderá chegar a 7%, a de
2006 não poderá superar 6,5%. O
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é utilizado para o
sistema de metas.
"Os indicadores mostram que a
política econômica atual está conseguindo enfrentar melhor os
choques externos. O intervalo
existe justamente para acomodar
esses choques", disse o ministro
Antonio Palocci Filho (Fazenda).
Segundo o ministro, na medida
em que o ajuste da economia vem
se consolidando, o intervalo também poderá ser menor.
"Achamos que esse intervalo
pode ser reduzido ao longo do
tempo. É só ter cautela e otimismo", afirmou Palocci. Os choques
externos são, por exemplo, crises
em outros países.
O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, disse que os
dois próximos anos serão uma
transição para um período mais
longo de metas em torno de 4%.
Palocci afirmou que a possibilidade de aumento da meta de
2005, defendida pelo senador
Aloizio Mercadante (PT-SP), não
foi nem sequer discutida na reunião. Na terça-feira, o senador
voltou a dizer que a elevação da
meta para 5,5% em 2005 e sua
manutenção em 2006 poderia favorecer uma queda mais rápida
dos juros e, conseqüentemente, o
crescimento econômico.
"Isso [aumento da meta de
2005] não esteve na pauta do conselho", disse Palocci. O ministro
defendeu a busca de níveis cada
vez mais baixos de inflação para o
Brasil. "Admitir metas maiores
não seria uma contribuição ao
crescimento econômico. Ao contrário, poderia prejudicar porque
temos que dar a segurança de
uma inflação baixa", afirmou.
Todo ano, quando o CMN se
reúne para fixar a meta do segundo ano subseqüente, os economistas discutem se uma meta
mais elevada não poderia ser mais
favorável ao país por causa da necessidade de aumento da atividade econômica.
Palocci disse que provavelmente o debate vai continuar. Ontem
o governo sinalizou que o Brasil
poderá ter uma meta de longo
prazo de 4%. "Tem que ser feito
de forma suave justamente porque estamos nos aproximando
dos 4%", afirmou Meirelles.
Âncoras
O sistema de metas de inflação
foi criado em 1999 após a desvalorização do real. Sem a âncora
cambial para controlar a inflação,
o governo passou a utilizar a política de taxa de juros para reduzir
ou elevar a atividade econômica.
Dessa forma, tenta reduzir a demanda por produtos, forçando os
preços a permanecerem estáveis
ou com pequenas altas.
Originalmente, o sistema já permitia um intervalo de 2 pontos
para cima ou para baixo -alterado em 2003 para 2,5 pontos.
Mercadante vem questionando
o fato de o governo manter a meta
de 2005 quando a meta central de
2004, de 5,5%, já está ameaçada.
Enquanto BC estima que a inflação deste ano ficará em 6,4%, o
mercado financeiro espera alta de
6,96%.
Para Mercadante, a economia
brasileira está passando por três
choques externos no momento: o
aumento das taxas de juros nos
Estados Unidos, um menor crescimento da China e o aumento do
preço do petróleo.
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