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RANKING
Modalidade DI deu retorno de 7,56%, enquanto Bolsa perdeu 4,89%; inflação ganha da caderneta de poupança
Fundos lideram aplicações no 1º semestre
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O investidor que preferiu apostar nas aplicações que acompanham o sobe-e-desce das taxas de
juros foi o que teve o melhor retorno no primeiro semestre. A inflação também voltou a ser "destaque" no período, batendo de
longe aplicações como a caderneta de poupança.
Os fundos referenciados DI
(formados principalmente por títulos públicos atrelados aos juros)
foram um dos principais destaques do mercado na primeira metade do ano. Na média, deram
rentabilidade de 7,56% no período. Os CDBs prefixados deram retorno médio próximo de 7,70%
no primeiro semestre.
Quem olhou o expressivo retorno de 97,3% dado pela Bovespa
em 2003 e correu para o mercado
de ações se decepcionou. O Ibovespa (principal índice da Bolsa)
caiu 4,89% nos primeiros seis meses do ano.
Ike Rahmani, diretor da Tática
Asset Management, diz que "a
política de juros elevados do BC
beneficiou quem investiu em fundos DI e de renda fixa".
O IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) subiu 6,78% no
semestre, devorando grande parte do ganho real (descontado a inflação) das aplicações campeãs do
primeiro semestre.
A maior pressão inflacionária
foi um dos motivos que levou o
Banco Central a interromper o ciclo de cortes dos juros. A última
vez que a taxa básica de juros teve
redução foi em abril (de 16,25%
para 16% anuais, patamar em que
se mantém até hoje).
Como essa taxa serve de referência para os juros pagos pelos
títulos públicos, a manutenção da
Selic em níveis mais elevados favorece aplicações como os fundos
DI, compostos em grande parte
por esses papéis.
"Não há perspectiva de quedas
relevantes nos juros até o fim do
ano. Com isso, entre as opções
mais conservadoras, os fundos DI
ainda seguem bem interessantes",
afirma Paulo Vaz, diretor de renda fixa da UAM (Unibanco Asset
Management).
Refletindo os períodos de maior
turbulência, o dólar teve valorização de 6,37% diante do real no
primeiro semestre.
O período foi marcado por momentos de bastante instabilidade,
especialmente por fatores externos. A alta do barril do petróleo,
que bateu sucessivos recordes, e a
expectativa de elevação dos juros
norte-americanos foram os principais pontos de turbulência.
Conservadorismo
A caderneta de poupança, que
se destacou com captação líquida
de R$ 1,7 bilhão em maio, acumulou rentabilidade de apenas
3,83% no primeiro semestre.
Apesar de apresentar riscos
mais baixos, a poupança dá retorno mais conservador que as outras aplicações. Em junho, até o
dia 24, a poupança registrou captação líquida de R$ 52,5 milhões.
Fuga
Depois do forte movimento positivo registrado principalmente
no primeiro bimestre, a indústria
de fundos de investimento sofreu
saques importantes nos últimos
meses.
Em junho, até o dia 24, a captação dos fundos estava negativa
em R$ 1,28 bilhão, segundo a Anbid. Em maio, os resgates nos fundos já haviam superado as aplicações em R$ 4,07 bilhões.
Apesar disso, a captação dos
fundos ainda está positiva em R$
14,4 bilhões no acumulado do
ano, o que faz o patrimônio líquido de toda a indústria estar em R$
544 bilhões.
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