São Paulo, sábado, 01 de julho de 2006

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Com estiagem, RS cai para sexto no ranking dos maiores produtores de soja

DA SUCURSAL DO RIO

O Rio Grande do Sul, Estado mais afetado pela estiagem no ano passado, perdeu duas posições no ranking dos maiores produtores de soja, principal grão da safra brasileira, passando a ser o sexto maior do país.
O Estado com maior produção é Mato Grosso, que, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE, divulgado ontem, tem oito dos dez principais municípios produtores.
O maior deles é Sorriso (MT), com 3,5% de toda a produção nacional. Em seguida aparecem Sapezal, Campo Novo do Parecis, Nova Mutum, Diamantino e Lucas do Rio Verde, todas em Mato Grosso.
Municípios de Mato Grosso também aparecem com destaque no ranking das maiores cidades produtoras de milho e algodão. No caso do milho, segundo maior grão da safra, a liderança é de Lucas do Rio Verde (MT), que concentra 1,5% de toda a produção nacional.
No caso da produção de algodão, apesar de a liderança ser de um município baiano (São Desidério, com 9,9% da produção nacional), sete das dez maiores cidades produtores são mato-grossenses.
Mesmo com a estiagem, o Rio Grande do Sul aparece em posição de destaque, principalmente na produção de arroz. Todas as dez maiores cidades produtoras desse grão são gaúchas, sendo Santa Vitória do Palmar a maior delas, com 3,1% da produção total.
No caso do trigo, a liderança absoluta é dos municípios paranaenses. No ano passado, a cidade de Assis Chateaubriand (PR) teve crescimento de 28% em sua produção e passou a ser o maior produtor do país, à frente da cidade de Tibagi (PR), que teve queda de 6,7%.

Inversão
Outra inversão de posições verificada neste ano foi na produção de feijão. Minas Gerais passou a ser o Estado com maior produção, ligeiramente à frente do Paraná. O maior município produtor, no entanto, é de Goiás: Cristalina, com 3,2% da produção nacional.
A safra total de grãos no país caiu 5,2%. Para Carlos Alfredo Barreto Guedes, analista agrícola do IBGE, isso não era esperado: "Em dezembro de 2004, a expectativa de produção para 2005 era de 134 milhões de toneladas, mas fechamos com 112 milhões. O principal problema foi a falta de chuvas no Sul".
Essa foi a segunda redução consecutiva na produção de grãos. Em relação a 2003, ano de melhor resultado da série histórica, a queda foi de 8,8%.
No caso da soja, Guedes explica que se esperava um aumento maior na produção por causa da expansão da área cultivada. "Houve aumento de quase um milhão de hectares de área de plantação de soja no ano passado, mas o aumento da produção foi muito menor [de 3% apenas]".
Para o analista do IBGE, a valorização do real diante do dólar também contribuiu para diminuir o valor da produção de alguns grãos. "O valor da cotação da soja no mercado externo, por exemplo, caiu muito."
Apesar da queda do valor total na soja, outros grãos tiveram queda maior, o que justificou o aumento na área de colheita da soja.


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