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Embraer critica política do governo para setor
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
O presidente da Embraer,
Maurício Botelho, criticou ontem a política fiscal e tributária
do governo federal para a indústria aeronáutica nacional.
Segundo ele, empresas estrangeiras -fornecedoras da Embraer- que investiram para
produzir no Brasil poderão deixar o país caso essa política não
seja alterada.
"Nós vínhamos há cinco anos
num esforço para trazer nossos
fornecedores para o país. Foram investidos mais de US$
100 milhões e criados 2.000
empregos. No entanto, estamos
em vias de ter esse todo esforço
perdido por causa de problemas de natureza fiscal e tributária. Não deixa de ser decepcionante", afirmou o dirigente.
As declarações de Botelho foram feitas durante evento na
sede da companhia, em São José dos Campos (91 km de São
Paulo), que marcou a homologação, pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), do jato
195, o maior produzido pela
empresa.
O presidente da Embraer
afirmou que a estrutura fiscal
brasileira torna "desinteressante" a permanência no Brasil
para essas empresas. Ele defendeu que seja aplicado ao setor o
sistema "drawback", que consiste em suspender a cobrança
de impostos sobre a importação de empresas que firmam o
compromisso de exportação de
produtos.
"As indústrias fornecem para
a Embraer, que exporta. Então
o sistema [drawback] também
tem que ser aplicado a elas",
disse Botelho.
De acordo com o presidente
da Embraer, dez fornecedores
da empresa se instalaram no
país nos últimos cinco anos,
num investimento de aproximadamente US$ 100 milhões.
Juntas, eles possuem 2.000
funcionários.
Durante a cerimônia também foi assinado um memorando de entendimento que
prevê uma série de medidas para ampliar a nacionalização do
setor aeronáutico, contando
com a participação de Embraer, Anac, BNDES e AIAB
(Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil).
"Esse acordo é uma intenção
de desenvolver mais ainda essas questões. Eu considero que
é muito louvável e de muita força. Porém, o que nós precisamos é estruturar os impostos",
completou o presidente da
companhia.
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