São Paulo, sábado, 01 de julho de 2006

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Bolsa é destaque de alta no 1º semestre

Mesmo com perdas expressivas em maio, Bovespa fecha primeira metade do ano com valorização acumulada de 9,5%

Em junho, fundo que segue taxas de juros rende mais; dólar, que tinha disparado em maio, terminou o mês passado em queda de 6,8%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar das fortes perdas de maio, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou o semestre como a melhor opção de investimento. Quem colocou dinheiro em fundo atrelado ao Ibovespa (principal índice da Bolsa), viu suas economias crescerem no primeiro semestre 9,49%. Em maio, a Bolsa perdeu 9,5% e, em junho, subiu 0,28%.
Se for considerado apenas o mês de junho, o investimento em aplicações que seguem a oscilação das taxas de juros foi a melhor escolha.
O dólar, que disparou 11,30% em maio, terminou o mês com queda de 6,80%. No ano, a moeda tem baixa de 6,84%.
O desempenho positivo da Bovespa no acumulado da primeira metade do ano foi acompanhado de perto pelas ações da Petrobras. Boa notícia para quem tem parte de seu FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) aplicado nos fundos abertos com ações da petrolífera: a rentabilidade em 2006, até o dia 28, estava em 13,61%. Já os fundos Vale do Rio Doce/FGTS deram retorno mais tímido, de 2,05%, no período.
A permanência do investidor pessoa física foi importante para que a Bovespa terminasse o mês de junho com pequena alta de 0,28%. No mês, até o dia 27, o pequeno investidor mais comprou do que vendeu ações, em montante que alcançou R$ 282,97 milhões.
Já os investidores estrangeiros correram das ações de companhias brasileiras, assustados com a onda de volatilidade que tem perturbado o mercado financeiro global desde meados de maio. O balanço mensal dos negócios de estrangeiros chegou na última terça-feira negativo em R$ 2,43 bilhões.
"O mercado vai seguir volátil. Mas parece que o pior momento do atual estresse do mercado já passou", afirma Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora Sênior. "Há espaço para a Bolsa voltar a subir agora. Nesse cenário, podem ser feitas compras de ações que estão com preços interessantes, como as de bancos e da Vale do Rio Doce", diz Bandeira.
A nota emitida pelo Fed (o banco central dos Estados Unidos) após sua reunião de política monetária na quinta, que trouxe um tom menos agressivo e tenso, ajudou a acalmar os ânimos dos mercados. Assim, há expectativa de que os estrangeiros voltem a comprar ações na Bovespa, o que ajudaria o mercado local a subir.
Com o cenário internacional um pouco menos tenso, especialmente nesta última semana de junho, a pressão sobre o dólar se arrefeceu. Ontem o dólar fechou a R$ 2,166, em baixa de 0,41%. No dia 24 de maio, a moeda norte-americana bateu em R$ 2,40. Isso mostra que quem correu para comprar dólares, no auge da volatilidade, há cerca de um mês, acabou por amargar perdas.

Juros altos
No mês passado, investimentos como fundos DI e CDBs (Certificados de Depósito Bancário) foram destaque de retorno. Os fundos DI pagaram na média 1,30% no mês. Os CDBS pagaram taxa máxima de 1,18%.
Apesar de a taxa básica de juros brasileira (a Selic, que está em 15,25% anuais) estar em um processo de reduções, ainda se mantém em um patamar elevado. Como a Selic serve de parâmetro para as outras taxas praticadas no mercado financeiro, aplicações como o DI têm dado bons resultados.
Os fundos de renda fixa também tiveram um bom retorno no mês de junho -1,07%, na média, até o último dia 28.

Recuperação
A Bovespa registrou ontem seu terceiro pregão consecutivo de alta e subiu 0,39%. Na semana, o balanço foi bastante positivo, com o Ibovespa marcando ganhos de 5,68%.
O Ibovespa terminou o pregão de sexta-feira aos 36.630 pontos, a mais elevada pontuação desde 5 de junho. Mas analistas não esperam que a recuperação siga forte e rápida nos próximos dias. E, para que a Bolsa alcance seu recorde de 41.979 pontos, registrado no dia 9 de maio, vai ser preciso que as próximas semanas sejam calmas para o mercado acionário mundial.


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