São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008

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Previsão do mercado para o IPCA deste ano já se aproxima do teto da meta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A estimativa do mercado para a inflação deste ano subiu pela 14ª semana seguida, segundo pesquisa feita pelo Banco Central, e está cada vez mais próxima do teto da meta fixada pelo governo. A expectativa de cerca de cem analistas consultados pelo BC na última sexta-feira é que a alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) chegue a 6,30%, contra 6,08% da pesquisa anterior.
Há um mês, a mesma pesquisa apontava para uma alta de 5,41%. Nos 12 meses encerrados em maio, o índice já acumula alta de 5,58%. O objetivo do governo é manter a inflação em 4,5%, mas se admite um desvio de até dois pontos percentuais. Desde 2003 esse teto não é ultrapassado.
A previsão média do mercado é maior que os 6% estimados oficialmente pelo BC, mas entre analistas do setor privado há até quem aposte que a alta do IPCA irá superar o teto da meta do governo. O economista-chefe do BNP Paribas, Alexandre Lintz, diz que a inflação deve chegar a 7,2% neste ano, devendo recuar em 2009.
Lintz ressalta que a alta dos preços, que inicialmente estava concentrada em alguns setores isolados, já começa a se espalhar pela economia, o que reforça a expectativa de que o BC continue com o ciclo de aumento dos juros iniciado em abril passado.

Selic
Para os analistas consultados pelo BC, a taxa Selic, hoje em 12,25% ao ano, deve subir para 14,25% até dezembro, o que equivaleria a um aumento de 0,5 ponto percentual em cada uma das quatro reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) marcadas no segundo semestre.
Quando o assunto é juros, há quem defenda uma atuação mais forte do BC. O vice-presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), José Arthur Assunção, diz que, diante do ritmo dos reajustes nos preços, a política de aumentos graduais nos juros deveria ser abandonada e substituída por uma alta mais forte, de dois pontos percentuais, já na próxima reunião do Copom, no fim do mês.
Mesmo com a expectativa de juros mais altos, porém, não se observam grandes mudanças nas projeções para o crescimento da economia brasileira. Segundo o levantamento do BC, a expansão deve ficar em 4,8% em 2008 e 4% em 2009, mesmos números mostrados pela pesquisa anterior.


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