São Paulo, quarta, 1 de julho de 1998

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Correntistas ficam surpresos e se dizem indignados

da Reportagem Local

Os correntistas do banco BMD ficaram indignados com a notícia de que a General Electric havia conseguido sacar exatos R$ 6.427.428,87, enquanto eles podem no máximo retirar R$ 20 mil.
"É o país da desigualdade", disse Pedro Luiz Martinez, organizador da associação dos correntistas que ainda têm dinheiro no BMD. "O que a GE tem?", ele pergunta, respondendo em seguida: "Poder e bons advogados".
A revolta é compartilhada pelo empresário Luiz Antonio Donato, dono de um fábrica de fogões e churrasqueiras. "A notícia é para não me deixar dormir."
Donato teve que se endividar em mais de R$ 45 mil para pagar os fornecedores, os impostos e os funcionários da sua fábrica. Com um faturamento médio de R$ 120 mil por mês, Donato tem cerca R$ 160 mil bloqueados no BMD. "O suficiente para dois meses de despesas."
Além de indignados, os correntistas ficaram pasmos ao saberem dos cheques da GE. "Eu não posso acreditar", repetia Antonieta Bartolomei, que tem todas as suas economias, R$ 260 mil, presas no banco.
"Eu vivia daquela renda", diz Antonieta, que agora conta com ajuda de parentes para pagar suas despesas.



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