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Juros vão a 5% nos EUA; mercado aprova
MARCIO AITH
de Washington
O Fed (Federal Reserve), banco
central norte-americano, confirmou ontem as expectativas e aumentou em 0,25 ponto percentual
os juros de curto prazo, elevando
de 4,75% para 5% ao ano as taxas
usadas entre bancos e que servem
de referencial para a economia.
Embora esperada há um mês, a
medida animou os investidores
porque a instituição indicou, num
comunicado, que só irá elevar novamente as taxas caso surjam indícios de que a expansão econômica
está pondo em risco a inflação.
A Bolsa de Nova York, que operava em baixa antes do anúncio, fechou em alta de 1,43%, refletindo a
aprovação do mercado.
Os mercados temiam que o Fed
mantivesse "o viés de alta" de sua
política monetária, sugerindo novos aumentos num futuro próximo para conter o risco de inflação.
O Fed preferiu aumentar os juros e
instituir um "viés neutro" em sua
política, descartando novas alterações. A próxima reunião do Fed
em que se discutirá juros será no
dia 24 de agosto.
É a primeira vez que o Fed aumenta os juros de curto prazo no
país desde março de 1997. Desde
então, a instituição reduziu três vezes as taxas para tentar reverter a
crise econômica que colocou ao
menos um terço da economia global em recessão.
Ontem, o Fed disse que tal esforço já não é mais preciso. "Desde
então, economias estrangeiras se
fortaleceram e a atividade econômica nos EUA avançou num ritmo
enérgico", informou o Fed.
Segundo o comunicado, o aumento dos juros teve como objetivo fazer as taxas retornarem ao patamar anterior à crise mundial.
Pouca ênfase foi dada aos riscos de
pressão inflacionária nos EUA,
uma das razões que teriam levado
o Fed a aumentar os juros, disse o
presidente da instituição, Alan
Greenspan, quando antecipou o
aumento dos juros num discurso
feito há um mês. Greenspan disse
na ocasião estar preocupado com
os riscos de que o baixo índice de
desemprego force um aumento
nos salários e, consequentemente,
a elevação dos demais preços.
Aprovação do FMI
Num relatório divulgado ontem,
o FMI (Fundo Monetário Internacional), instituição com a qual o
Brasil mantém programa de ajuste,
aprovou a decisão do Fed. "Já que
as condições econômicas no resto
do mundo e nos mercados financeiros globais melhoraram, um pequeno aperto causaria agora impacto muito menor do que se fosse
feito antes". Segundo o FMI, se o
Fed esperasse muito para agir teria
de elevar ainda mais as taxas no futuro, podendo derrubar as Bolsas.
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