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COMÉRCIO
Controle sanitário é a justificativa
Argentina proíbe compra na fronteira
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
A partir de hoje, o consumidor
argentino está proibido de comprar produtos de origem animal
ou vegetal no comércio das cidades fronteiriças brasileiras.
A resolução Serviço Nacional de
Sanidade e Qualidade Agroalimentar, que estabelece as limitações, alega a necessidade de controle sanitário.
O secretário de Agricultura, Indústria e Comércio de Uruguaiana
(RS), Décio Detoni, porém, diz que
as medidas ocorrem devido à desvalorização do real e ao consequente alto poder de compra do
peso. "Há produtos, entre os que
são citados na portaria, que não
podem causar ameaça sanitária,
como mel e flores", afirma.
Os produtos proibidos são carnes de todas as espécies, ovos, leites e derivados, mel, frutas, verduras, legumes, flores e plantas.
Atualmente, frangos e ovos são os
produtos mais vendidos para argentinos na fronteira.
Devido ao câmbio desfavorável,
o governo argentino já havia imposto limitações em março. Quem
comprasse acima de certo limite
passaria a ter de pagar tarifa alfandegária de 50% sobre o excedente.
A Associação Uruguaianense de
Micro e Pequenas Empresas, temendo pelas dificuldades de 200
comerciantes e 1.200 empregados
só no município, programa uma
série de manifestações.
O consulado brasileiro em Paso
de los Libres (Argentina) enviou,
antes de serem adotadas as medidas, cartas ao Itamaraty e à embaixada brasileira em Buenos Aires
relatando a situação na fronteira.
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