São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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Para Duhalde, modelo adotado está em colapso

DE BUENOS AIRES

O presidente argentino, Eduardo Duhalde, disse ontem que o modelo econômico adotado pela América Latina nos últimos anos entrou em colapso.
"É evidente que temos que mudar e que o modelo econômico que foi colocado em vigência há muitos anos entrou em colapso", disse ele em um momento em que a crise argentina já se espalhou pela maioria dos países da região.
Duhalde se referiu às reformas de caráter neoliberal promovidas pela Argentina e por outros países latino-americanos na década de 90, que incluíram privatizações, redução dos gastos estatais e abertura de mercados a produtos estrangeiros, entre outras medidas.
O presidente admitiu que o colapso argentino contribuiu para agravar a crise no Brasil e no Uruguai. No entanto, como esses países têm seguido as recomendações do FMI (Fundo Monetário Internacional), a imprensa argentina e agora o próprio Duhalde já levantam dúvidas sobre a viabilidade de implementar todas as exigências do Fundo como única forma de enfrentar a crise.
O jornal de esquerda "Página 12" citou a crise que se espalhou da Argentina para o Brasil e o Uruguai sem que houvesse uma ajuda internacional com o objetivo de evitar o contágio para sustentar a tese de que "o cumprimento das metas do FMI já não paga prêmio".
O próprio jornal "La Nación" -considerado conservador no país- questionou a decisão do FMI e do governo dos EUA de deixarem de agir como "bombeiros" nos momentos de crise. Em análise publicada na capa, o jornal lembrou que, mesmo quando o incêndio é apenas um "alarme falso, as pessoas se matam, tratando, aterrorizadas, de escapar". (JS)


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