|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CARROS
Imposto para autos de até 2000 cc cai de 25% para 16%
Governo reduz IPI de veículos para socorrer montadoras em crise
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo atendeu a um velho
pedido das montadoras e anunciou que vai reduzir a alíquota do
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros populares e dos veículos médios. O socorro para as montadoras, que estão com os pátios lotados, foi decidido a pouco menos de dois meses das eleições e deve ajudar a
aquecer o mercado automotivo.
A medida poderá reduzir o preço dos veículos, elevar as vendas,
diminuir o estoque de carros e
evitar novas demissões.
A partir deste mês, a alíquota do
IPI para carros com motor acima
de 1.000 cilindradas e abaixo de
2.000 cilindradas a gasolina cairá
de 25% para 16%. Para esses mesmos carros, mas com motores
movidos a álcool ou mistos, a alíquota cai para 14%.
A alíquota dos carros com motores acima de 2.000 cilindradas a
gasolina vai continuar a ser de
25%, mas cai para 20% para os
automóveis a álcool.
Os carros populares com motores de 1.000 cilindradas a gasolina
vão continuar com alíquota oficial de 10%, mas os movidos a álcool passam a pagar 9%. Essas reduções são permanentes e devem
ser publicadas no "Diário Oficial"
da União ainda nesta semana.
Para incentivar as vendas dos
populares no curto prazo, o governo vai reduzir temporariamente de 10% para 9% o IPI dos
carros populares a gasolina até o
dia 31 de outubro. Depois dessa
data, a alíquota volta a ser de 10%.
A decisão foi tomada ontem em
uma reunião entre o secretário da
Receita Federal, Everardo Maciel,
o ministro do Desenvolvimento,
Sergio Amaral, e representantes
das montadoras.
O governo ainda não anunciou
qual será o impacto na arrecadação. No primeiro semestre, a arrecadação do IPI de automóveis já
acumula perda de 13,14% com relação ao mesmo período do ano
passado. As vendas de carros no
mercado interno caíram 18,3%
até junho, segundo relatório da
Receita Federal.
"É uma decisão muito importante que vai preservar empregos
e desovar estoques", disse Amaral. Na semana passada, o ministro pediu às montadoras que não
demitissem.
No entanto, o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores), Ricardo Carvalho, disse
que não houve compromisso de
manutenção do emprego e que o
governo não pediu nenhuma
contrapartida às montadoras.
"Esperamos não demitir, porque estamos adotando vários
programas como demissão voluntária, férias coletivas e banco
de horas, mas não temos condições de assumir esse compromisso", disse ele.
Carvalho não disse se a redução
do imposto vai resultar em queda
de preço aos consumidores. "Essa
é uma decisão das montadoras",
afirmou. Segundo ele, a distância
entre o valor do IPI para carros
populares, de 10%, e o para modelos mais luxuosos, de 25%, distorce o mercado e concentra 75% das vendas nos modelos populares.
Texto Anterior: Varejo: Justiça decreta a falência da rede Arapuã; empresa deve recorrer Próximo Texto: Aço: CSN busca concorrente para subir produção Índice
|