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A ÁGUIA POUSOU
Economia teve retração nos três primeiros trimestres de 2001 e cresceu menos no 1º trimestre deste ano
Na revisão, EUA vêem PIB menor e recessão
DA REDAÇÃO
A economia norte-americana está em uma situação muito mais delicada do que se pensava. A recessão do ano passado começou mais cedo e foi mais profunda do
que se estimara, segundo números divulgados ontem pelo Departamento de Comércio dos EUA. Já a retomada permanece abaixo das expectativas.
No ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) praticamente não
cresceu, disse o Departamento de Comércio. A expansão ficou em
0,3%, de acordo com números revisados, e não em 1,2%, como havia sido divulgado anteriormente.
Já entre o primeiro trimestre
deste ano e o segundo houve uma
grande desaceleração na atividade. Nos três primeiros meses do
ano, a taxa anualizada de expansão do PIB ficou em 5% e, de abril
a junho, o crescimento encolheu
para 1,1% -abaixo do crescimento de 2,2% esperado pelos
analistas do mercado financeiro.
Ainda segundo o Departamento de Comércio, no ano passado o
PIB caiu nos três primeiros trimestres, e não apenas no terceiro,
como fora relatado. A maior retração ocorreu no segundo trimestre, com queda de 1,6%.
Pelo dados revisados, a queda
na produção durante o período
recessivo chegou a 0,6%, o dobro
do estimado antes. Ainda assim, o
ciclo recessivo está entre os menores já registrados pelos EUA,
num patamar semelhante ao da
retração de 1969-70.
Anualmente, sempre nesta época, o Departamento de Comércio
apresenta uma grande revisão em
números passados. Foram revisados dados desde 1999.
Os novos números mostram
que a recessão foi menos atípica (e
não tão moderada) quanto se
imaginava. O ajuste significa que
o PIB cresceu cerca de US$ 100 bilhões a menos do que se estimara.
A queda no valor das ações já dá
mostras de que afetará a retomada econômica. Uma das razões
para a freada no segundo trimestre é a contenção dos gastos dos
consumidores, que viram parte
de sua poupança ser consumida
pelo colapso das Bolsas (60% das
famílias americanas aplicam em
ações). Os investimentos governamentais também diminuíram.
"Obviamente o consumidor está fechando a carteira, em comparação com o que foi visto no primeiro trimestre", disse o economista Kevin Flanagan, do banco
Morgan Stanley.
Consumo patina
Entre abril e junho, os gastos
dos consumidores (que respondem por aproximadamente dois
terços do PIB norte-americano)
cresceram 1,9%. Trata-se do menor ritmo desde o terceiro trimestre do ano passado, quando os
ataques de 11 de setembro derrubaram o consumo.
Nos três primeiros meses do
ano, o consumo se manteve alto
por causa dos juros baixos e da
queima de estoques, o que fez a
taxa de expansão ficar em 5%.
Apesar de significativo, o crescimento foi menor do que a taxa de
6,1% divulgada há um mês.
A piora nas contas externas
também cobrou seu preço no segundo trimestre. As importações
crescerem mais do que as exportações, e o buraco significou uma
subtração de 1,77 ponto percentual na taxa de crescimento. No
primeiro trimestre, o déficit implicara uma subtração de 0,75
ponto percentual.
Pelos números divulgados ontem, a taxa média de crescimento
no primeiro semestre do ano ficou em 3%. O governo norte-americano espera que o crescimento seja de, pelo menos, 3,5%
em 2002.
Com agências internacionais
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