São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2008

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Negociadores podem retomar em breve esforços em proposta de Doha

DA REUTERS

O sentimento generalizado de desânimo gerado pelo fracasso, nesta semana, das negociações sobre o comércio global pode fazer com que a OMC (Organização Mundial do Comércio) tente em breve superar o impasse, afirmou ontem uma fonte ligada ao assunto.
O esforço envolveria colocar os especialistas e negociadores da OMC para avaliar a questão em torno da qual o processo travou -uma proposta técnica, mas importante, para ajudar os agricultores dos países pobres a suportarem o influxo de produtos importados, disse a fonte.
Quando as negociações para fazer avançar a Rodada Doha ruíram, na terça-feira, em seu nono dia de reunião, os principais envolvidos disseram que agora vários anos se passariam até a assinatura de um eventual acordo.
O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, afirmou que muitos países haviam pedido que o pacote negociado até agora fosse preservado a fim de que seja completada a Rodada Doha, já em seu sétimo ano. "Isso fez com que minhas dúvidas se dissipassem: olhando para o que está sobre a mesa neste momento, os membros desta organização acreditam que vale a pena lutar pela Rodada Doha. Ninguém vai desistir", disse Lamy a delegados da OMC.
Keith Rockwell, porta-voz da entidade, descartou a possibilidade de serem retomadas as reuniões de nível ministerial em setembro, observando que a OMC paralisa suas atividades quase por completo em agosto, no verão, de forma que quase não há como realizar trabalhos preparatórios.
Mas a fonte afirmou que os esforços realizados por autoridades e especialistas poderiam ser retomados logo depois disso. Lamy deve visitar a Índia em agosto, o que poderia lhe oferecer uma chance de testar o terreno.
A incredulidade com o fato de a rodada ter fracassado devido a um mecanismo especial de salvaguarda misturou-se na terça-feira com um sentimento de frustração devido à previsão de que os acertos realizados em tantas outras áreas seriam agora deixados de lado.
Mesmo os EUA e a Índia, os dois países que não conseguiram chegar a um acordo a respeito do alcance das salvaguardas, lamentaram que os avanços serão desperdiçados.
"Os grandes que fizeram isso não estão completamente satisfeitos com a situação", disse a fonte do setor comercial.


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