São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2008

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Argentina acena com concessões ao Brasil

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Às vésperas da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país, a Argentina acenou com mais um sinal de paz ao Brasil, para tentar provar que o fracasso da Rodada Doha da OMC não criou tensão entre os dois países, e liberou a exportação de 900 mil toneladas de trigo, cujas vendas ao exterior estão restritas desde o fim do ano passado.
Apesar de o destino do produto não ter sido anunciado, é certo que grande parte vá para o Brasil, principal mercado do trigo argentino, que importa da Argentina 70% do que consome. A regularização das exportações de trigo é pedido constante do Brasil nas reuniões sobre o comércio bilateral.
A liberação do lote faz parte de uma série de troca de favores dos governos dos dois países para tentar abaixar a poeira após as divergências dos dois aliados tradicionais na Rodada Doha.
O trigo era o que a Argentina poderia oferecer em troca da visita de Lula, que chega no domingo com uma missão de empresários que pretendem investir no país e com uma promessa de empréstimo para a recém-reestatizada Aerolíneas Argentinas.
A própria presença de Lula é vista como um presente, no momento em que a presidente Cristina Kirchner acaba de sair de uma crise com o setor agropecuário.
Outra "oferta" argentina ao Brasil foi o aumento dos impostos sobre as exportações de farinha de trigo, de 10% a 18%, já que a indústria brasileira acusava os moinhos argentinos de dumping. Apesar do clima de "deixa pra lá", o vice-chanceler, Victorio Taccetti, afirmou ao jornal "Crítica" que "pode haver mais aspereza" nas relações entre os países.


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