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Avanço do PIB dos EUA é menor que o esperado no 2º tri
Crescimento foi de 1,9% entre abril e julho; economia se contraiu no final de 2007, pela primeira vez em sete anos
Greenspan afirma que ficará
surpreso se não houver
recessão e que problemas
no mercado imobiliário
ainda estão longe do fim
DA REDAÇÃO
O crescimento da economia
norte-americana mais que dobrou do primeiro para o segundo trimestre, graças ao pacote
de estímulo lançado pelo governo e à desvalorização do dólar, mas ficou aquém do esperado por analistas. Os dados mostraram ainda que nos últimos
três meses do ano passado a
principal economia mundial se
contraiu -o primeiro trimestre negativo em sete anos.
O PIB dos EUA se expandiu
em 1,9% de abril a julho na taxa
anualizada, inferior aos cerca
de 2,3% esperados por economistas. Nos três meses anteriores, o avanço da principal economia mundial foi de 0,9%.
O crescimento foi resultado
especialmente do plano de estímulo fiscal -cujos cheques começaram a chegar aos consumidores em abril, na esperança
de aumentar os gastos-, do aumento das exportações e da
queda nas importações, fruto
da desvalorização do dólar.
Os gastos dos consumidores,
que representam cerca de 70%
do PIB dos EUA, contribuíram
com 1,1 ponto percentual do
avanço no segundo trimestre.
Já o comércio exterior adicionou 2,42 pontos percentuais
(sem ele, o PIB americano seria
negativo), mas essa "dependência" preocupa. Caso a economia
mundial realmente se desacelere nos próximos meses, os
EUA deverão sentir fortemente
o impacto, ainda mais que deverão ser menores os efeitos do
pacote de ajuda do governo.
Os dados divulgados ontem
também revisaram os resultados do PIB desde 2004 e apontaram que a economia americana se contraiu em 0,2% no
quarto trimestre do ano passado. A última vez que isso ocorreu foi no terceiro trimestre de
2001 -que também foi a última
recessão dos EUA, apesar de as
contrações da economia não
terem sido consecutivas.
A revisão não significa necessariamente que os EUA estão
em recessão -a explicação
mais usual envolve dois trimestres negativos consecutivos-,
mas, unida a outros dados, aumenta as preocupações para os
próximos meses. Os pedidos de
seguro-desemprego, também
divulgados ontem, estão no seu
maior nível em cinco anos.
O ex-presidente do Fed (o
banco central dos EUA) Alan
Greenspan disse que a recessão
parece inevitável. "Eu ficarei
mais surpreso se não tivermos
[recessão] do que se tivermos,
dado o estado financeiro", afirmou à TV CNBC. Segundo ele,
os EUA estão "bem à beira da
recessão" e os problemas no setor imobiliário -epicentro da
crise- não estão "nem um pouco próximos do fim".
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