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RETOMADA
Crescimento de 2,5% no período surpreende os economistas; fabricantes, por sua vez, registraram taxa estável
Serviços superam indústria no 2º trimestre
DA SUCURSAL DO RIO
Um indicativo de que o crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto) não está mais concentrado
na indústria é o fato de o setor de
serviços acumular uma expansão
de 2,8% no semestre em relação
ao mesmo semestre de 2003. No
mesmo período, a indústria registrou expansão de 4,7%. Para o gerente de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, "a reação forte da indústria, que teve início no
final de 2003, começa a reverberar
em toda a cadeia produtiva".
A reação dos serviços -que inclui comércio, transportes, comunicações e instituições financeiras- fica mais clara na comparação trimestre com trimestre anterior. De uma alta de 0,5% nos primeiros três meses deste ano em
relação ao último trimestre de
2003, o setor foi para uma expansão de 2,5% no segundo trimestre
de 2004 em relação ao primeiro.
Foi o desempenho "surpreendente" dos serviços, dizem analistas, que fez o PIB "desviar" de
suas projeções. Também chamou
atenção o resultado do ramo de
construção civil (no cálculo do
PIB, agrupado na indústria), que
cresceu 2% na comparação com o
mesmo período de 2003 -o ramo havia registrado queda de 6%
nos três últimos meses do ano
passado. Já a indústria, que teve
uma alta de 1,5% no primeiro trimestre, passou para uma taxa,
considerada estável pelo IBGE, de
0,2%, no segundo trimestre.
"O setor de serviços foi o que
mais surpreendeu", afirmou Marcel Pereira, economista-chefe da
RC Consultores. O economista
Johan Soza, da Rosenberg e Associados, também afirma que o setor foi a grande surpresa do PIB.
Para Alex Agostini, da Global
Invest, a expansão de apenas 0,2%
da indústria no segundo trimestre
não é um mau sinal. Para ele, indica, sim, uma continuidade do
crescimento do setor, que já opera
com um nível de produção elevado. "Seria um problema se o resultado fosse negativo."
"É normal o desempenho da indústria no segundo trimestre estar mais baixo do que no primeiro
trimestre, até porque a indústria
começou a sua recuperação no
ano passado", diz Marcel Pereira.
Dentro do setor industrial, três
dos seus quatro segmentos tiveram taxas positivas na comparação semestral, com destaque para
o crescimento da indústria de
transformação (7,3%). Além da
construção civil, os chamados
serviços industrias de utilidade
pública -basicamente energia
elétrica- também cresceram 2%.
Já a indústria extrativa mineral,
representada pelo petróleo e minério de ferro, registrou queda de
2,9%. A taxa negativa reflete as
paradas sucessivas que ocorreram nas refinarias da Petrobras.
No setor de serviços, as maiores
altas semestrais foram em comércio (7,6%) e transportes (6,9%).
Também apresentaram crescimento as instituições financeiras
(3,6%), administração pública
(1,5%) e aluguéis (1,3%). Comunicações registrou queda de 1%.
A agropecuária apresentou uma
queda de 0,3% no segundo trimestre em comparação com o
primeiro trimestre, taxa considerada estável pelo IBGE. Na comparação semestral, o setor permanece com uma alta de 5,7%.
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