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INVERSÃO
Em 2005, ganhos com exportação devem recuar em relação aos deste ano
Receita com soja cairá após 5 anos
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
O carro-chefe das exportações
brasileiras começa a patinar.
Após quatro anos de euforia, as
receitas com as vendas externas
de soja começam a recuar. Pior
ainda, os chineses, que colocaram
forte empecilho às importações
da soja brasileira em grãos no primeiro semestre, agora vêm com
nova barreira. Desta vez, nas importações de óleo de soja bruto.
Em 2005, as receitas externas
com os produtos do complexo soja vão recuar para US$ 9,5 bilhões,
abaixo dos US$ 9,9 bilhões previstas para este ano. É a primeira vez
que isso ocorre desde 1999, segundo dados da Abiove (Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos
Vegetais).
Esses novos números, tanto os
deste ano como os de 2005, ficam
bem abaixo dos US$ 12 bilhões
previstos anteriormente para cada um desses períodos. Mesmo
com a supersafra do próximo
ano, estimada de 62 milhões a 66
milhões de toneladas, as receitas
serão menores porque os preços
internacionais estão em queda
devido à super-oferta de produto
no mercado internacional. Não
será apenas o Brasil, mas também
os Estados Unidos e a Argentina
que poderão ter safras recordes.
Os três países são os principais
produtores mundiais.
A China, país responsável pela
forte aceleração das receitas brasileiras no setor nos últimos anos,
também foi a causadora da queda
nas exportações nacionais neste
ano. Devido aos preços elevados
da soja, os chineses romperam
contratos e colocaram o pé no
freio nas importações. Com isso,
as exportações brasileiras de soja
em grãos deste ano devem ficar
em 19,8 milhões de toneladas,
abaixo dos 20 milhões de 2003.
Agora, os chineses colocaram
nova exigência, desta vez nas importações de óleo. A partir do início de outubro a China quer a redução do uso do solvente hexano,
usado na preparação do óleo bruto degomado, para cem partes
por milhão (cem ppm), quantidade bem abaixo do necessário.
Na avaliação de uma indústria
do setor, essa exigência é apenas
uma barreira, já que a presença
desse solvente desaparece na
transformação do óleo bruto para
o refinado. Os chineses importam
o óleo bruto, e não o refinado.
Dinheiro para a safra
O Ministério da Agricultura
anunciou ontem a antecipação da
liberação de recursos do Plano Safra 2004/2005. Neste mês, o Banco
do Brasil irá ofertar R$ 5 bilhões
em financiamento agrícola. Segundo o banco, o montante liberado para um mesmo mês é inédito na história da instituição.
Até o final de setembro serão R$
7,285 bilhões, o que representa R$
1 bilhão a mais do que no mesmo
período do ano passado.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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