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INFRA-ESTRUTURA
Mantega diz que medida provisória é "último recurso" para PPPs, se negociação com o Congresso falhar
Governo já acena com MP para parcerias
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Guido Mantega
(Planejamento) disse ontem que
o governo pode recorrer a uma
medida provisória para fazer deslanchar as PPPs (Parcerias Público-Privadas), apontadas como a
principal alternativa à falta de recursos da União para tocar obras
de infra-estrutura no país.
"É um último recurso", afirmou
Mantega durante a apresentação
do projeto de lei do Orçamento da
União para 2005. "[Mas] vamos
primeiro esgotar as negociações
[com o Congresso]."
A votação do projeto das parcerias está paralisada no Congresso
desde março. As chances de votação no último esforço concentrado antes das eleições municipais,
em meados de setembro, são consideradas remotas. Falta ainda
acordo com a oposição, embora o
governo já tenha acenado com
mudanças para limitar os gastos
públicos com as parcerias.
Na reunião da coordenação de
governo, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse que era prioridade aprovar o projeto das PPPs
para "dar vazão" ao crescimento
econômico.
Ele fez a observação imediatamente após ter sido informado
pelo ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) de que o PIB cresceu 4,2% no primeiro semestre de
2004 na comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo auxiliares, Lula demonstrou preocupação em evitar
que "gargalos" impeçam um crescimento sustentado da economia.
Daí ter feito a menção às PPPs.
Atraso no cronograma
A idéia original do governo, ao
encaminhar o projeto ao Congresso em 2003, era fazer as primeiras licitações de parcerias no
primeiro semestre deste ano. Hoje já não há previsão oficial.
Devido ao atraso na votação,
Mantega explicou que o projeto
de lei do Orçamento de 2005 foi
para o Congresso sem nenhuma
previsão de gastos com as PPPs.
A edição de uma MP permitiria
ao governo abrir as primeiras licitações. Mas o gesto poderia ter
um alto custo político por dar
margem à interpretação de um
confronto com o Congresso.
O governo investe em negociar
mudanças no projeto que deixem
mais claro o cumprimento da Lei
de Responsabilidade Fiscal. A
principal mudança limita os gastos com as parcerias a um percentual da arrecadação de tributos de
União, Estados e municípios.
Mas o governo rejeita a proposta da oposição de considerar os
gastos com as parcerias como dívidas. A proposta inviabilizaria o
mecanismo, segundo Mantega.
Com a Sucursal de Brasília
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