São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2004 |
Texto Anterior | Índice
CLIMA DE GUERRA Chegada de representante do FMI leva manifestantes às ruas da cidade Diretor é recebido com protesto
DE BUENOS AIRES Os protestos contra a presença do diretor-geral do FMI, Rodrigo Rato, começaram cedo ontem em Buenos Aires e acabaram com cerca de cem manifestantes detidos pela polícia ao longo do dia e oito feridos. Às cinco horas da manhã, uma bomba de fabricação caseira explodiu em frente a uma agência do banco BBVA. Minutos mais tarde, a polícia bonarense desarmou outra bomba em frente a uma loja da rede americana McDonald's. Na agência onde explodiu a bomba caseira, a polícia encontrou um bilhete que dizia "Não ao Pagamento da Dívida". À tarde, o encontro de piqueteiros e ativistas contra a globalização causou confusão na praça de Maio, que ficou tomada por manifestantes e policiais. Em frente ao Ministério da Economia, integrantes do Movimento Patriótico Revolucionário Quebracho atiraram pedras contra o edifício. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para contê-los. A maioria dos manifestantes detidos era membro desse movimento e integrante de partidos de esquerda. Ao longo do dia, a polícia foi liberando os ativistas. No final da tarde de ontem, ainda havia 38 manifestantes presos. Em frente à Casa Rosada, integrantes de vários movimentos piqueteiros protestaram contra a prisão de um de seus principais líderes, Raúl Castelles, do Movimento Independente de Aposentados e Desempregados (MIJD), preso na Província do Chaco desde a semana passada. A mistura dessas duas manifestações deixou a área, que fica no centro da cidade, praticamente isolada durante a manhã. Em frente ao Hotel Sheraton, onde Rato esteve hospedado por menos de 12 horas, manifestantes estiveram concentrados durante todo o dia, protestando contra a presença do representante do FMI. No final da tarde, o diretor-gerente seguiu para Montevidéu, no Uruguai. Hoje Rato passa a manhã em Montevidéu e, à tarde, segue para Santiago (Chile), onde participa do Encontro de Ministros de Economia da Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico). Amanhã, Rato terá encontros em Brasília antes de voltar a Washington. Texto Anterior: Brasil prorroga prazo para empresa pagar dívida Índice |
|