São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2004

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CLIMA DE GUERRA

Chegada de representante do FMI leva manifestantes às ruas da cidade

Diretor é recebido com protesto

Daniel Luna/Associated Press
Manifestante lança pedra na praça de Maio, em Buenos Aires, em protesto contra Rodrigo Rato


DE BUENOS AIRES

Os protestos contra a presença do diretor-geral do FMI, Rodrigo Rato, começaram cedo ontem em Buenos Aires e acabaram com cerca de cem manifestantes detidos pela polícia ao longo do dia e oito feridos.
Às cinco horas da manhã, uma bomba de fabricação caseira explodiu em frente a uma agência do banco BBVA. Minutos mais tarde, a polícia bonarense desarmou outra bomba em frente a uma loja da rede americana McDonald's.
Na agência onde explodiu a bomba caseira, a polícia encontrou um bilhete que dizia "Não ao Pagamento da Dívida".
À tarde, o encontro de piqueteiros e ativistas contra a globalização causou confusão na praça de Maio, que ficou tomada por manifestantes e policiais. Em frente ao Ministério da Economia, integrantes do Movimento Patriótico Revolucionário Quebracho atiraram pedras contra o edifício.
A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para contê-los. A maioria dos manifestantes detidos era membro desse movimento e integrante de partidos de esquerda. Ao longo do dia, a polícia foi liberando os ativistas. No final da tarde de ontem, ainda havia 38 manifestantes presos.
Em frente à Casa Rosada, integrantes de vários movimentos piqueteiros protestaram contra a prisão de um de seus principais líderes, Raúl Castelles, do Movimento Independente de Aposentados e Desempregados (MIJD), preso na Província do Chaco desde a semana passada.
A mistura dessas duas manifestações deixou a área, que fica no centro da cidade, praticamente isolada durante a manhã.
Em frente ao Hotel Sheraton, onde Rato esteve hospedado por menos de 12 horas, manifestantes estiveram concentrados durante todo o dia, protestando contra a presença do representante do FMI. No final da tarde, o diretor-gerente seguiu para Montevidéu, no Uruguai.
Hoje Rato passa a manhã em Montevidéu e, à tarde, segue para Santiago (Chile), onde participa do Encontro de Ministros de Economia da Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico). Amanhã, Rato terá encontros em Brasília antes de voltar a Washington.


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