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MONTADORAS
Sem atingir meta para voluntariado, empresa dispensa pessoal
DaimlerChrysler demite 206 no ABC
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A DaimlerChrysler (dona da
marca Mercedes-Benz), líder no
mercado de caminhões e ônibus,
demitiu ontem 206 funcionários
administrativos e de apoio à produção na unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Os trabalhadores (horistas indiretos e mensalistas) fazem assembléia hoje para definir se haverá
paralisação nos setores onde
ocorreram os cortes.
"A empresa teve uma atitude arbitrária. Demitiu no mesmo dia
em que os funcionários da produção de caminhões [2.400" entraram em férias coletivas numa tentativa clara de desmobilizar os
trabalhadores", disse Valter Sanches, integrante da comissão de
fábrica. "Nosso compromisso era
de negociar saídas, caso a meta do
programa de demissão voluntária
[507 adesões" não fosse atingida."
O voluntariado foi aberto em 2
de setembro e encerrado inicialmente no dia 17. Após essa data,
houve prorrogação do prazo de
adesões para o dia 25. Como a
meta não foi atingida, a empresa
demitiu os funcionários.
A DaimlerCrysler informou,
por meio de sua assessoria, que a
empresa havia confirmado em junho a necessidade de reestruturar
seu quadro pessoal e reduzir custos, com a adoção de um plano de
competitividade. Também informou que as negociações ocorreram desde julho, quando diminuiu a meta de adesão do voluntariado de 656 para 570.
A comissão de fábrica de São
Bernardo já tem o apoio do Comitê Mundial dos Trabalhadores da
DaimlerChrysler, integrado por
trabalhadores de seis países, para
interceder junto à direção mundial da empresa contra as demissões. "Se for necessário, vamos
aos EUA ou para Alemanha negociar, a exemplo do que ocorreu na
Volks em 2001 e na Ford em
1998", disse Sanches.
Entre os demitidos estão engenheiros, mecânicos de manutenção, operadores de logística e ferramenteiros, com salários entre
R$ 2.000 e R$ 3.000, informou.
Scania e Ford também estão
adotando medidas contra a crise
nas vendas para evitar dispensas
em suas fábricas. A Ford reduziu a
jornada de trabalho nesta semana
para 35h semanais e deve manter
os empregados nesse ritmo na
próxima semana, informou João
Cayres, da comissão de fábrica.
A Scania está concedendo folga
desde setembro para grupos de
250 operários com férias vencidas. O próximo grupo ficará em
casa por 20 dias, a partir do dia 7.
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