São Paulo, terça-feira, 01 de outubro de 2002

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MONTADORAS

Sem atingir meta para voluntariado, empresa dispensa pessoal

DaimlerChrysler demite 206 no ABC

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A DaimlerChrysler (dona da marca Mercedes-Benz), líder no mercado de caminhões e ônibus, demitiu ontem 206 funcionários administrativos e de apoio à produção na unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Os trabalhadores (horistas indiretos e mensalistas) fazem assembléia hoje para definir se haverá paralisação nos setores onde ocorreram os cortes.
"A empresa teve uma atitude arbitrária. Demitiu no mesmo dia em que os funcionários da produção de caminhões [2.400" entraram em férias coletivas numa tentativa clara de desmobilizar os trabalhadores", disse Valter Sanches, integrante da comissão de fábrica. "Nosso compromisso era de negociar saídas, caso a meta do programa de demissão voluntária [507 adesões" não fosse atingida."
O voluntariado foi aberto em 2 de setembro e encerrado inicialmente no dia 17. Após essa data, houve prorrogação do prazo de adesões para o dia 25. Como a meta não foi atingida, a empresa demitiu os funcionários.
A DaimlerCrysler informou, por meio de sua assessoria, que a empresa havia confirmado em junho a necessidade de reestruturar seu quadro pessoal e reduzir custos, com a adoção de um plano de competitividade. Também informou que as negociações ocorreram desde julho, quando diminuiu a meta de adesão do voluntariado de 656 para 570.
A comissão de fábrica de São Bernardo já tem o apoio do Comitê Mundial dos Trabalhadores da DaimlerChrysler, integrado por trabalhadores de seis países, para interceder junto à direção mundial da empresa contra as demissões. "Se for necessário, vamos aos EUA ou para Alemanha negociar, a exemplo do que ocorreu na Volks em 2001 e na Ford em 1998", disse Sanches.
Entre os demitidos estão engenheiros, mecânicos de manutenção, operadores de logística e ferramenteiros, com salários entre R$ 2.000 e R$ 3.000, informou.
Scania e Ford também estão adotando medidas contra a crise nas vendas para evitar dispensas em suas fábricas. A Ford reduziu a jornada de trabalho nesta semana para 35h semanais e deve manter os empregados nesse ritmo na próxima semana, informou João Cayres, da comissão de fábrica.
A Scania está concedendo folga desde setembro para grupos de 250 operários com férias vencidas. O próximo grupo ficará em casa por 20 dias, a partir do dia 7.


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