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Dólar rende 24,9% no mês e lidera o ranking
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apostar no dólar foi a melhor
opção de investimento em setembro. A moeda norte-americana
acumulou alta de 24,9% no período e deixou a Bolsa na "lanterninha" do ranking das aplicações.
Depois de ensaiar uma recuperação em agosto, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o mês
com a maior queda mensal desde
setembro do ano passado, quando os atentados terroristas aos
EUA sacudiram o mercado financeiro internacional.
O investidor que aplicou em
uma carteira teórica igual ao Ibovespa -índice que acompanha a
oscilação das 55 principais ações
da Bolsa- acumulou perdas de
16,95% em setembro.
No ano, o investidor que não
saiu da Bolsa paulista acumula
perdas de 36,5%. Na outra ponta,
o dólar está com alta de 62,5% no
período.
O ouro segue de perto a escalada da moeda dos EUA. O metal,
negociado na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), subiu
20,97% em setembro. No ano, os
ganhos superam os 74%.
A escalada do dólar deu uma
trégua ontem, após a moeda chegar a negociada a R$ 3,967. Mas,
avaliam analistas, a baixa de ontem não deve ser encarada como
uma mudança de trajetória no
câmbio. A definição da eleição
presidencial e os vencimentos que
as empresas têm no exterior nas
próximas semanas -somada à
dívida pública atrelada ao câmbio
que vence no período- podem
voltar a trazer turbulência ao
câmbio.
Nas aplicações que acompanham o DI (que considera os juros interbancários) o ganho foi,
em média, de 1,38%. Já o CDB
(Certificado de Depósito Bancário) prefixado para grande investidor rendeu na média em setembro 1,47%.
Inflação em alta
Essas aplicações não conseguiram bater a inflação registrada pelo IGP-M (Índice Geral de Preços
do Mercado, da Fundação Getúlio
Vargas) no mês, que ficou em
2,4%.
A alta da inflação tem atraído os
investidores para os fundos que
acompanham o IGP-M, que têm
crescido em volume significativamente nas últimas semanas.
No mercado paralelo, a alta do
dólar tem sido um pouco menos
intensa que a registrada pelo segmento comercial do câmbio (que
considera as transações realizadas
por exportadores e importadores,
além dos negócios interbancários). O "black" acumulou valorização de 18,5% em setembro. A
pressão menor é explicada pela
demanda menos intensa pelo dólar no paralelo.
Fuga
Com o péssimo desempenho do
mercado acionário local, a fuga
dos investidores estrangeiros
continua forte. Somente nos primeiros 20 dias de setembro, o saldo entre compras e vendas de
ações por estrangeiros na Bolsa
paulista ficou negativo em R$
192,2 milhões. Neste ano, o resultado negativo acumulado está em
R$ 1,84 bilhão.
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