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TRANSE LATINO
Organismo quer avanço em quatro pontos
FMI impõe novas exigências para dar ajuda financeira à Argentina
DE BUENOS AIRES
O FMI (Fundo Monetário Internacional) informou ontem que
o governo argentino ainda deve
avançar em quatro pontos se deseja assinar um acordo que possibilite a rolagem das dívidas com
os organismos financeiros internacionais que vencem nos próximos meses.
Depois das reuniões do ministro Roberto Lavagna (Economia)
com o secretário do Tesouro dos
Estados Unidos, Paul O'Neill, e
com o diretor-gerente do FMI,
Horst Köhler, o organismo não
confirmou as informações divulgadas pela imprensa argentina de
que o acordo sairia ainda nesta semana.
Segundo a nota distribuída pelo
FMI, a ajuda será acertada "tão
breve quanto possível" porque a
Argentina ainda precisa mostrar
soluções para a elaboração de um
programa monetário "confiável",
garantir que as Províncias manterão políticas de austeridade fiscal,
reforçar a estratégia de fortalecimento dos bancos e buscar consenso político para o acordo.
Sinal
Ontem, os jornais "La Nación" e
"Ambito Financiero" haviam interpretado que o prolongamento
das reuniões entre funcionários
argentinos e do FMI de amanhã
para quinta-feira seria um sinal de
que o acordo estava a ponto de ser
fechado. Pela tarde, o próprio Lavagna admitiu que o governo
"ainda precisa continuar trabalhando".
Segundo a imprensa local, o governo prometeu que o Banco
Central argentino não vai mais
imprimir pesos até o final deste
ano para conquistar a confiança
do FMI.
Conversão
Além disso, Lavagna também
teria dito que todos os correntistas com dinheiro congelado nos
bancos desde dezembro do ano
passado receberiam títulos públicos caso a Justiça decidisse inverter a conversão dos depósitos em
dólares para pesos determinada
em fevereiro.
Diversos juízes de primeira e segunda instâncias já declararam
que a "pesificação" é inconstitucional. Caso essas sentenças sejam confirmadas pela Corte Suprema em um processo que deve
ser analisado nas próximas semanas, a maioria dos bancos argentinos estaria em risco, segundo o
próprio governo.
Champanhe
O presidente Eduardo Duhalde
disse ontem que o fechamento do
acordo com o FMI não seria um
motivo para o governo comemorar "com garrafas de champanhe".
Para ele, a ajuda do organismo
serviria para o próximo governo
começar a negociar a retomada
do pagamento da dívida externa e
para ajudar o setor produtivo a
recuperar o crédito.
No entanto Duhalde, que ontem foi novamente obrigado a negar rumores de que renunciaria se
não houvesse um acordo com o
FMI, lembrou que a Argentina já
começa a mostrar sinais de recuperação mesmo sem ajuda.
(JS)
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