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FMI elogia
país e cobra
novas reformas
DE WASHINGTON
O FMI qualificou como "mais
uma boa notícia" o fato de o Banco Central ter aumentado ontem
para 4,4% a expectativa de crescimento para a economia brasileira
em 2004.
"O crescimento [brasileiro] demorou mais do que esperávamos
para se acelerar, mas agora está se
acelerando rapidamente", afirmou Anne Krueger, diretora-gerente-adjunta do FMI.
Ao mesmo tempo, o FMI voltou
a cobrar reformas do país, principalmente o fim da vinculação
obrigatória entre receitas e gastos
no Orçamento da União e mudanças no sistema financeiro para
diminuir os "spreads" nos empréstimos bancários.
O Fundo também incluiu na lista a flexibilização na área trabalhista (para diminuir custos com
contratações e demissões) e medidas para dar mais agilidade ao
comércio internacional.
"Esse tem sido o nosso conselho
para o governo brasileiro", disse o
diretor-gerente do Fundo, Rodrigo Rato, em entrevista.
"O Brasil tem feito um bom trabalho para melhorar o quadro
macroeconômico, e o governo
tem uma agenda importante de
reformas. Ela deve ir adiante para
aproveitar o atual momento."
No dia anterior, o FMI havia estimado o crescimento brasileiro
deste ano em 4%, depois de revisar previsão de 3,5% feita no início de abril.
Krueger disse que a diferença
entre as projeções do BC e do FMI
deve-se ao momento em que as
informações foram coletadas.
"Para recolher nossos dados,
trabalhamos nos últimos dois
meses. Naquele momento, achamos que nossa estimativa era
consistente", afirmou. "Tomaria
a nova previsão como mais uma
boa notícia para o Brasil."
A nova estimativa do BC mantém a taxa de crescimento projetada para o Brasil abaixo da média
mundial (5%) prevista pelo FMI.
Combate à miséria
Também em entrevista, o presidente do Banco Mundial, James
Wolfensohn, comentou a reação
negativa dos EUA à proposta brasileira para reduzir a miséria
mundial, apresentada dias antes
nas Nações Unidas.
Os EUA qualificaram como
"impossível" a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de
criar uma taxa sobre transações
financeiras internacionais.
"Teria de perguntar ao Tesouro
dos EUA o quão irredutível ele está. Certamente pareceram bastante irredutíveis", disse.
(FCz)
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