São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2004

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FMI elogia país e cobra novas reformas

DE WASHINGTON

O FMI qualificou como "mais uma boa notícia" o fato de o Banco Central ter aumentado ontem para 4,4% a expectativa de crescimento para a economia brasileira em 2004.
"O crescimento [brasileiro] demorou mais do que esperávamos para se acelerar, mas agora está se acelerando rapidamente", afirmou Anne Krueger, diretora-gerente-adjunta do FMI.
Ao mesmo tempo, o FMI voltou a cobrar reformas do país, principalmente o fim da vinculação obrigatória entre receitas e gastos no Orçamento da União e mudanças no sistema financeiro para diminuir os "spreads" nos empréstimos bancários.
O Fundo também incluiu na lista a flexibilização na área trabalhista (para diminuir custos com contratações e demissões) e medidas para dar mais agilidade ao comércio internacional.
"Esse tem sido o nosso conselho para o governo brasileiro", disse o diretor-gerente do Fundo, Rodrigo Rato, em entrevista.
"O Brasil tem feito um bom trabalho para melhorar o quadro macroeconômico, e o governo tem uma agenda importante de reformas. Ela deve ir adiante para aproveitar o atual momento."
No dia anterior, o FMI havia estimado o crescimento brasileiro deste ano em 4%, depois de revisar previsão de 3,5% feita no início de abril.
Krueger disse que a diferença entre as projeções do BC e do FMI deve-se ao momento em que as informações foram coletadas.
"Para recolher nossos dados, trabalhamos nos últimos dois meses. Naquele momento, achamos que nossa estimativa era consistente", afirmou. "Tomaria a nova previsão como mais uma boa notícia para o Brasil."
A nova estimativa do BC mantém a taxa de crescimento projetada para o Brasil abaixo da média mundial (5%) prevista pelo FMI.

Combate à miséria
Também em entrevista, o presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, comentou a reação negativa dos EUA à proposta brasileira para reduzir a miséria mundial, apresentada dias antes nas Nações Unidas.
Os EUA qualificaram como "impossível" a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de criar uma taxa sobre transações financeiras internacionais.
"Teria de perguntar ao Tesouro dos EUA o quão irredutível ele está. Certamente pareceram bastante irredutíveis", disse. (FCz)


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