São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Taxas futuras sobem pouco na BM&F, apesar de tom pessimista de documento do Banco Central

Estimativa de inflação maior não afeta juro

DA REPORTAGEM LOCAL

A pressão negativa do relatório trimestral de inflação do Banco Central sobre as taxas futuras de juros acabou não sendo tão forte quanto parecia no início dos negócios de ontem. As projeções futuras subiram, mas pouco, em resposta ao relatório.
O documento apresentado pelo BC trouxe projeções mais pessimistas em relação à inflação futura. Para melhorar esse cenário, o mercado acredita que novas elevações na taxa básica de juros virão. A expectativa das instituições financeiras é a de que a taxa básica (Selic) esteja em torno dos 17% no fim do ano. Hoje, a Selic está em 16,25% anuais.
No contrato DI (que acompanha a oscilação dos juros praticados entre os bancos) com prazo de resgate em abril, o mais negociado no pregão da BM&F, a taxa foi de 17,03% para 17,08%.
O que analistas financeiros se perguntam é se o BC irá ou não intervir no mercado de câmbio, comprando dólares para recompor suas reservas. Como o atual patamar da moeda ainda não tem tido reflexos negativos sobre o desempenho da balança comercial, o BC não deve intervir neste momento, avaliam, e vai aproveitar o benefício que o dólar em níveis mais baixos traz para a inflação, sua maior preocupação.
A moeda encerrou o mês de setembro em baixa de 2,36%. Ontem, terminou os negócios vendida a R$ 2,86, nível que mantinha no fim de janeiro. No ano, o dólar tem baixa de 1,45%.
Apenas se as captações externas começarem a crescer muito o BC poderia começar a comprar moeda diretamente no mercado, pois assim não a pressionaria muito.
A previsão é que não haja muita pressão sobre a moeda neste ano. Os contratos de câmbio negociados na BM&F fecharam ontem projetando o dólar em R$ 2,92 para dezembro.

Bolsa
Com a alta de 1,94% registrada em setembro, a Bovespa passou a acumular ganho de 4,54% no ano.
"Acredito que a Bolsa siga em trajetória de alta, refletindo o melhor desempenho da economia, mas sem grandes arrancadas", afirma Luiz Antônio Vaz das Neves, diretor da corretora Planner.
No pregão de ontem, as ações da Net lideraram as altas, ao fechar com ganho de 3,5%, embaladas por informações sobre a reestruturação da empresa.
(FABRICIO VIEIRA)


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