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PROTECIONISMO
Siderúrgicas norte-americanas afirmam que Brasil, Rússia e Japão exportam produto subvalorizado
EUA acusam o Brasil de dumping do aço
das agências internacionais
Um grupo de siderúrgicas dos
Estados Unidos está entrando
com um processo antidumping
junto às autoridades do país contra as importações de aço brasileiro e de mais dois países, sob acusação de estarem subvalorizadas.
As 12 empresas, entre elas quatro das cinco maiores do setor nos
EUA, acusam o Brasil, a Rússia e o
Japão de exportar o aço carbono
laminado a quente a preços abaixo
do custo, em concorrência desleal
(dumping), roubando mercado
dos produtos norte-americanos.
As empresas querem que o Departamento de Comércio e a Comissão de Comércio Internacional
estabeleçam taxas punitivas ou cotas de importação.
O aço brasileiro já é sobretaxado
ao entrar nos Estados Unidos,
também como medida antidumping.
Segundo as empresas, a participação dos três países no mercado
de aço norte-americano subiu de
4,3% em 95 para mais de 28% hoje.
Somente em julho deste ano, as
vendas teriam totalizado 750 mil
toneladas, ou 67% das importações do produto. O aço carbono é
usado em automóveis e máquinas
de lavar.
"Nunca vi, em 35 anos de carreira, os preços do aço baixarem
tão rapidamente e o volume aumentar tão fortemente", disse
Paul Wilhelm, diretor-presidente
da US Steel Group, a maior siderúrgica dos EUA.
"Estamos absolutamente em
crise. Chamamos as autoridades
norte-americanas para que tomem ações imediatas para deter
essas importações", afirmou.
Pela lei norte-americana, a decisão deve sair apenas em outubro
de 99, mas o grupo quer um tratamento acelerado que estabeleça
tarifas provisórias em 50 dias.
Também subscrevem a ação a
Bethlehem Steel, a LTV e a National Steel, respectivamente terceira, quarta e quinta maiores dos
EUA, além de outras oito empresas menores.
Na Argentina, a siderúrgica Siderar também acusou o Brasil e a
Rússia de dumping nas vendas de
aço e denunciou os países, mais a
Ucrânia, a uma entidade do governo local.
A empresa, que tem participação
minoritária da Usiminas, acusa
sobretudo a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) de "ameaçar" o mercado argentino com a
baixa dos preços, segundo seu vice-presidente, Javier Tizado.
Europa
A União Européia também estuda a imposição de medidas antidumping a certos tipos de aço brasileiro.
A Confederação Européia de Indústrias de Aço e Ferro (Eurofer)
já obteve este mês a abertura de
investigações contra exportações
da Eslovênia e África do Sul e confirmou que prepara mais denúncias.
Os preços do aço no mercado internacional estão caindo, mas a
produção deverá ser mantida nos
mesmos patamares de 1997, cerca
de 793 milhões de toneladas.
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