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São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2003

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CASA PRÓPRIA

Linha de crédito imobiliário voltará na próxima segunda-feira com taxa de juros de 13,7% ao ano mais TR

CEF reabre financiamento para classe média

ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou ontem a reabertura de uma linha de financiamento imobiliário voltada para a classe média que havia sido suspensa em agosto de 2001. No total, a instituição pública destinará R$ 500 milhões de recursos próprios para esses empréstimos, cujos juros serão de 13,7% ao ano acrescidos da Taxa Referencial (TR).
A principal vantagem dessa linha -que estará disponível a partir da próxima segunda-feira- é que não há limite para o valor que poderá ser financiado, nem teto para a faixa de renda do tomador.
A única exigência do banco público é que o mutuário não comprometa mais de 30% de seu salário mensal com as prestações.
O crédito pode ser usado tanto para a compra de imóveis novos como para usados. O prazo para a quitação do crédito é de 180 meses e o valor financiado pode chegar a 60% do valor do imóvel.
"Esse é um esforço da CEF na direção de alavancar a oferta de crédito no país. Fazemos isso porque apostamos em um cenário de continuação da queda da taxa de juros básicos", diz Jorge Mattoso, presidente da CEF.
Simulação feita pela própria CEF mostra que, para financiar um imóvel de R$ 100 mil pela nova linha, o tomador precisa ter renda mensal de R$ 7.500 e pagar prestação mensal de R$ 2.109,29. Os cálculos são considerados conservadores porque utilizaram a TR projetada de 5% ao ano.
Nas contas do economista José Dutra Sobrinho, a TR deverá oscilar em torno de 3% em 2003.

Mercado
Segundo analistas, embora ainda altos, os juros da nova linha da CEF são competitivos devido à escassez de oferta de financiamentos imobiliários no mercado.
Os bancos privados oferecem crédito para compra da casa própria pela classe média principalmente dentro do programa do SFH (Sistema Financeiro de Habitação). Os juros são mais baixos: 12% ao ano mais TR. Mas há um teto de R$ 180 mil para o valor que pode ser financiado.
"Além disso, é muito difícil conseguir um financiamento assim hoje no Brasil. Os bancos fazem muitas exigências, há muita burocracia. Geralmente, só clientes de longa data conseguem empréstimos imobiliários em bancos privados", diz João Crestana, diretor do Secovi, sindicato do setor imobiliário em São Paulo.
Segundo Crestana, atualmente, para linhas de bancos privados sem teto de financiamento, os juros cobrados podem chegar a 15% ao ano acrescidos da TR.
A expectativa da CEF é financiar 10 mil imóveis com a nova linha. Segundo Mattoso, se sobrarem recursos dos R$ 500 milhões disponíveis em 2003, eles serão transferidos para o próximo ano. Além disso, o banco poderá lançar mão de mais dinheiro.
Além da casa própria, os recursos estarão disponíveis para compra e construção de imóveis comerciais, com juros de 18% ao ano mais TR.
Anteontem, a CEF já havia anunciado o remanejamento de outros R$ 500 milhões do FGTS para financiamento de imóveis com valor de R$ 80 mil. A vantagem dessa linha é que os juros são mais baixos: oscilam de 8,16% a 10,16%, mais TR.


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