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São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2003

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TRABALHO

Proposta prevê reajuste de 18,01% para quem ganha até R$ 5.000 e valor fixo para remuneração superior

Ford e Toyota vão conceder aumento real para 5.400

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais duas montadoras fecharam acordo ontem e concederam aumento real para os metalúrgicos: a Ford e a Toyota.
Os 4.791 funcionários das unidades da Ford em Taubaté, Tatuí e ABC e os 650 funcionários da Toyota, em São Bernardo do Campo, vão receber reajuste salarial de 18,01% -inclui 15,7% de reposição da inflação e 2% de aumento real-, mesmo percentual concedido pela Scania. Os funcionários devem voltar ao trabalho na próxima semana.
Os acordos prevêem reajuste, a partir de novembro, de 18,01% nos salários até R$ 5.000. Acima dessa faixa, R$ 900,50 fixos serão incorporados à remuneração -esse valor foi recalculado e corrigido, informa o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A Toyota pagará ainda abono de R$ 400, referente ao reajuste de outubro. A Ford também vai pagar o abono, mas o valor ainda será calculado.
A proposta aprovada nas duas montadoras é superior à do Sinfavea (sindicato dos fabricantes de veículos), apresentada há uma semana e rejeitada pela categoria em assembléia na última terça-feira. A oferta do Sinfavea previa reajuste de 15,7% para quem ganha até R$ 4.200. Acima desse teto, o reajuste seria de R$ 659,40. Na pauta de reivindicação entregue em agosto às empresas, os metalúrgicos pediam 20% de reajuste e aumento real.
"Aumentamos o teto, conseguimos repor a inflação, ganhar aumento real, renovar as cláusulas sociais por dois anos e garantir a reposição de 100% da inflação [pelo INPC] em 2004. Qual categoria profissional no país conseguiu isso?", disse José Lopez Feijóo, presidente do sindicato.
Ontem à noite, Feijóo ainda negociava com a DaimlerChrysler (antiga Mercedes-Benz) a concessão do mesmo acordo.
O Sinfavea reabriu negociação com a FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos). "Não houve acordo, e as negociações estão encerradas. A GM e a Volks informaram que vão esperar até terça, quando a greve será julgada na Justiça do Trabalho", disse Adi Lima, presidente da FEM.
Hoje, os metalúrgicos do ABC fazem assembléia e devem aprovar a continuidade da greve nas fábricas que não fecharam acordo. "A Volks deveria ser a primeira empresa a negociar e evitar mais desgaste com os trabalhadores, como o que ocorreu com o Autovisão. Já a GM está tranquila, uma vez que os radicais pelegos de São José dos Campos estão de braços cruzados esperando os nossos acordos", disse Feijóo. A Folha não localizou ontem os sindicalistas de São José, ligados ao PSTU, para comentar o assunto.
A greve atingiu ontem 15 mil empregados da Volks. Na GM de São Caetano, houve paralisação parcial. Em 12 cidades do interior, mais 18 mil operários pararam.


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