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TRABALHO
Proposta prevê reajuste de 18,01% para quem ganha até R$ 5.000 e valor fixo para remuneração superior
Ford e Toyota vão conceder aumento real para 5.400
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais duas montadoras fecharam acordo ontem e concederam
aumento real para os metalúrgicos: a Ford e a Toyota.
Os 4.791 funcionários das unidades da Ford em Taubaté, Tatuí
e ABC e os 650 funcionários da
Toyota, em São Bernardo do
Campo, vão receber reajuste salarial de 18,01% -inclui 15,7% de
reposição da inflação e 2% de aumento real-, mesmo percentual
concedido pela Scania. Os funcionários devem voltar ao trabalho
na próxima semana.
Os acordos prevêem reajuste, a
partir de novembro, de 18,01%
nos salários até R$ 5.000. Acima
dessa faixa, R$ 900,50 fixos serão
incorporados à remuneração
-esse valor foi recalculado e corrigido, informa o Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC. A Toyota
pagará ainda abono de R$ 400, referente ao reajuste de outubro. A
Ford também vai pagar o abono,
mas o valor ainda será calculado.
A proposta aprovada nas duas
montadoras é superior à do Sinfavea (sindicato dos fabricantes de
veículos), apresentada há uma semana e rejeitada pela categoria
em assembléia na última terça-feira. A oferta do Sinfavea previa
reajuste de 15,7% para quem ganha até R$ 4.200. Acima desse teto, o reajuste seria de R$ 659,40.
Na pauta de reivindicação entregue em agosto às empresas, os
metalúrgicos pediam 20% de reajuste e aumento real.
"Aumentamos o teto, conseguimos repor a inflação, ganhar aumento real, renovar as cláusulas
sociais por dois anos e garantir a
reposição de 100% da inflação
[pelo INPC] em 2004. Qual categoria profissional no país conseguiu isso?", disse José Lopez Feijóo, presidente do sindicato.
Ontem à noite, Feijóo ainda negociava com a DaimlerChrysler
(antiga Mercedes-Benz) a concessão do mesmo acordo.
O Sinfavea reabriu negociação
com a FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos). "Não
houve acordo, e as negociações
estão encerradas. A GM e a Volks
informaram que vão esperar até
terça, quando a greve será julgada
na Justiça do Trabalho", disse Adi
Lima, presidente da FEM.
Hoje, os metalúrgicos do ABC
fazem assembléia e devem aprovar a continuidade da greve nas
fábricas que não fecharam acordo. "A Volks deveria ser a primeira empresa a negociar e evitar
mais desgaste com os trabalhadores, como o que ocorreu com o
Autovisão. Já a GM está tranquila,
uma vez que os radicais pelegos
de São José dos Campos estão de
braços cruzados esperando os
nossos acordos", disse Feijóo. A
Folha não localizou ontem os sindicalistas de São José, ligados ao
PSTU, para comentar o assunto.
A greve atingiu ontem 15 mil
empregados da Volks. Na GM de
São Caetano, houve paralisação
parcial. Em 12 cidades do interior,
mais 18 mil operários pararam.
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