São Paulo, quinta-feira, 01 de novembro de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Rio e SP convocam Fórum de Energia para pressionar Petrobras

Os governos dos Estados do Rio e de São Paulo vão convocar uma reunião extraordinária do Fórum Nacional de Energia, que reúne todos os secretários estaduais do setor, nos próximos dias, para discutir a decisão da Petrobras de cortar o fornecimento do gás para os dois Estados.
A decisão foi tomada ontem numa conversa entre Júlio Bueno, secretário de Desenvolvimento do Rio e presidente do Fórum Nacional de Energia, e Dilma Pena, secretária de Energia de São Paulo.
Os dois vão defender mais transparência da Petrobras e questionar a decisão de só os dois Estados, São Paulo e Rio, terem sofrido cortes de fornecimento do gás natural.
"Por que só o Rio e São Paulo têm que sofrer se o sistema é integrado?", questiona Júlio Bueno.
O objetivo dos dois secretários ao convocar a reunião do Fórum Nacional de Energia é promover uma pressão política junto ao governo federal para convencer a Petrobras de discutir com os Estados outras alternativas para contornar o problema de escassez de gás natural.
"A Petrobras não pode tomar decisões unilaterais como essa", disse Dilma Pena.
Para Júlio Bueno, a Petrobras tinha outras alternativas, como a de acionar as usinas termelétricas movidas a óleo combustível no lugar das térmicas a gás natural. Enquanto falta gás natural, sobra óleo combustível.
Segundo ele, a estatal só não adotou essa alternativa por motivos políticos. Durante a campanha eleitoral de 2002, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e o PT centraram muitas críticas ao plano emergencial de termelétricas a óleo combustível do governo Fernando Henrique Cardoso.
"O PT tem uma enorme dificuldade de defender as térmicas a óleo combustível. As térmicas a gás não são do PT e nem tampouco as térmicas a óleo são do PSDB. A eletricidade tem que ser suprapartidária", diz Júlio Bueno.
O maior receio dos dois Estados, no entanto, é o racionamento de gás natural imposto pela Petrobras afetar as decisões de investimento das empresas a médio e longo prazos.
"Uma decisão como essa cria um ambiente de incerteza e de insegurança e pode afetar os investimentos", diz Dilma Pena.

AZEDOU
O lançamento de ações da Parmalat ontem ficou US$ 300 milhões abaixo do esperado por acionistas. A previsão era atingir US$ 580 milhões, mas não passou de US$ 280 milhões. A crise do leite azedou os planos da Laep, dona da Parmalat.

DISPUTA
A G2, agência do grupo MatosGrey, venceu a concorrência pela marca Oral B, da Procter&Gamble. A agência será responsável pelo trabalho de ponto-de-venda e ativação de marca. Participaram da disputa Future Group, Mix e BGK.

REVOLUÇÃO DOMÉSTICA

Pela primeira vez, as vendas de "notebooks" para o segmento doméstico (pessoas físicas) superaram as do mercado corporativo. O dado faz parte de estudo que a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) divulga hoje.

análise

Decisão do Fed mostra erro do BC, diz Austin

A decisão do Fed (o banco central americano) de reduzir a taxa de juros em mais 0,25 ponto percentual para 4,5% ao ano ficou dentro das expectativas do mercado. O corte era esperado e derrubou ainda mais a taxa de câmbio, que segue "ladeira abaixo". A análise é do economista Alex Agostini, da consultoria Austin Rating.
"Esse quadro apenas confirma que o Copom e o Banco Central erraram ao manter a taxa de juro inalterada na última reunião, pois praticamente perpetua os ganhos com arbitragem devido ao enorme diferencial entre a taxa de juro real do Brasil e os "treasuries" [títulos americanos]", afirma Agostini.
Mesmo assim, o economista diz acreditar que o BC dificilmente reduzirá a taxa de juros em dezembro. "Seria um reconhecimento claro de que errou na reunião de setembro", diz.
A expectativa do retorno do ciclo de queda da Selic, esperado para março ou abril, para Agostini, pode ser antecipado para janeiro.
"Esse é um cenário que deve se concretizar ao longo de novembro e meados de dezembro conforme os índices de inflação e expectativa futura apontem para comportamento dentro da meta."

Top of Mind estréia prêmio de preservação do ambiente

Em festa comandada por Marília Gabriela e Eduardo Moscovis, no Tom Brasil - Nações Unidas, em São Paulo, a entrega do prêmio Folha Top of Mind reuniu 900 pessoas, entre representantes das marcas e das agências de publicidade. Foram entregues 55 troféus, incluindo os empates.
A 17ª edição do prêmio foi baseada em pesquisa Datafolha com 5.541 moradores de todos os Estados do país para identificar as marcas mais lembradas pelos brasileiros. O Top do Top (prêmio principal) foi dividido por Omo e Coca-Cola.
"Vemos o prêmio como um combustível, e não como algo que faça com que a gente se acomode", disse Priya Patel, diretora de marketing da área de higiene e limpeza da Unilever.
"Esse é o prêmio mais legal do ano. Quando a gente vê que recebeu de novo o reconhecimento máximo do consumidor, percebe que fez o que tinha de fazer", resumiu Ricardo Fort, diretor de marketing da Coca-Cola Brasil.
A novidade deste ano foi o Top Preservação do Meio Ambiente, que estreou com empate entre Ypê, Natura, Ibama e Greenpeace. "É uma satisfação ver que a sociedade está ligando a questão [do ambiente] à marca Natura. É um pilar importante do nosso trabalho", afirmou Andréa Sanches, diretora da marca.
"Aumenta a nossa responsabilidade de fazer jus à confiança que as pessoas depositaram em nossa marca", disse Waldir Beira Junior, diretor da Química Amparo, dona da Ypê. Para Roberto Messias Franco, presidente substituto do Ibama, as citações ao órgão foram uma "ótima surpresa". "Se as pessoas nos identificaram com essa causa, temos a obrigação de não decepcioná-las."
Clelia Maury, diretora de marketing e captação de recursos do Greenpeace, disse que o prêmio foi um "reconhecimento da sociedade", já que a ONG não paga por publicidade.

UM PRÊMIO PARA DUAS:

BRASTEMP E CAIXA DIVIDEM TOP PERFORMANCE 2007

O prêmio Top Performance foi repartido entre Brastemp e Caixa Econômica Federal. "É um sinal de que o consumidor tem mesmo a nossa marca gravada na cabeça", disse o gerente nacional do produto poupança da Caixa, José Renato Borba. A Brastemp, controlada pela norte-americana Whirlpool Corporation, também levou o Top Classe A. "Ganhar neste ano mostrou que a linha de comunicação, ousada e diferente, funcionou. Quisemos convidar as pessoas para uma mudança de comportamento", comemorou Jerome Cadier, diretor de marketing da Whirlpool para a marca Brastemp.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA


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