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EUA crescem mais que previsto; juros caem
Fed reduz taxa em 0,25 ponto, como esperava mercado, e PIB cresce 3,9% no 3º trimestre, acima das expectativas
BC americano sinaliza que pode interromper queda dos juros; consumo e exportações maiores nutrem expansão do PIB
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
Depois de um corte de 0,5
ponto percentual em setembro,
o primeiro desde 2003, o Fed
(Federal Reserve, banco central dos EUA) anunciou ontem
mais uma redução da taxa básica de juros americana, de 0,25
ponto percentual, para 4,5% ao
ano. Em movimento análogo, a
taxa de redesconto (aplicada
nos empréstimos concedidos
pelo Fed a outras instituições
financeiras) também foi diminuída em 0,25 ponto, para 5%
ao ano.
Já a economia americana
cresceu numa taxa anualizada
de 3,9% no terceiro trimestre,
superando a maioria das expectativas e apesar da crise nos
mercados financeiros, puxada
pelo aumento no consumo e
nas exportações.
Alta nas Bolsas
O mercado financeiro, que já
esperava o corte de 0,25%, reagiu positivamente: a Bolsa de
Nova York subiu 1% e a Nasdaq
(que negocia ações de empresas de tecnologia) avançou
1,51%. A animação só não foi
maior porque a nota do Fed deu
sinais de que é menos provável
outro corte no curto prazo
-um dos diretores inclusive
queria deixar a taxa no patamar
onde estava.
"O comitê julga que, após esta ação, os riscos de alta da inflação praticamente se equilibram com os riscos de desaceleração do crescimento. A atitude de hoje combinada à de setembro deve contribuir para
promover um crescimento moderado ao longo do tempo e evitar alguns efeitos adversos sobre a economia que poderiam, de outra forma, surgir do nervosismo do mercado [causadas
pela crise imobiliária]", diz o
documento do BC norte-americano, alertando ainda que a
entidade permanecerá vigilante tanto aos preços quanto às
eventuais turbulências.
Com as reduções nos juros, o
Fed quer aliviar a situação das
financeiras e dos mutuários e
estimular o consumo, já que as
taxas cobradas no cartão de
crédito e no empréstimo pessoal caem também. O resultado
prático da diminuição dos juros
só é sentido em cerca de seis
meses, porém existe de imediato um importante efeito psicológico de aumentar a confiança
do consumidor.
"Provavelmente, os números
sobre o crescimento da economia no terceiro trimestre, que
saíram logo de manhã, mostraram para o Fed que a situação
não é tão desesperadora, daí essa sinalização de que a série de
diminuições já acabou", explica
George Yared, estrategista-chefe da Yared Investment Research.
PIB
A alta de 3,9% no PIB -o
maior índice em um ano e
meio- evidencia para analistas
que a inadimplência no setor de
hipotecas "subprime" (de alto
risco) ainda não teve maiores
conseqüências sobre o restante
da economia, embora o número ainda vá ser revisto pelo governo.
"As chances de uma recessão
parecem bem menores agora,
mas acho que vamos, sim, enfrentar um desaquecimento,
por isso creio há espaço para
um corte adicional de 0,25 ponto neste ano", comenta Yared.
O próximo encontro do comitê
de política monetária será em
11 de dezembro.
Na opinião do analista, o
mercado de ações continua
com tendência de elevação.
"Os resultados das empresas
no terceiro trimestre foram
bons -não espetaculares, claro, mas suficientemente bons
para garantir projeções otimistas para o final deste ano. Em
destaque, os segmentos de tecnologia, infra-estrutura e energia", afirmou o estrategista-chefe.
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