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Férias coletivas reduzem produção de carros
Montadoras deixarão de fabricar 73,6 mil unidades; objetivo é reduzir os estoques, que estão altos devido à queda das vendas
Número representa 31%
da produção de veículos em setembro; paralisações vão afetar 19,4 mil empregados,
ou 15% do total do setor
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Cerca de 73,6 mil carros devem deixar de ser fabricados
em decorrência das férias coletivas anunciadas nas últimas
semanas por montadoras instaladas no Brasil.
O número representa 31% da
produção de veículos de setembro, que foi de 234 mil unidades
(não inclui comerciais leves,
caminhões e ônibus).
Juntas, as paralisações vão
afetar 19,4 mil trabalhadores, o
equivalente a 15% do total de
funcionários atuando em montadoras no país (131,3 mil, de
acordo com a Anfavea (associação que reúne as empresas do
setor). As estimativas têm como base dados levantados com
sindicatos de metalúrgicos.
Até agora, Volkswagen, Fiat e
GM já anunciaram férias coletivas. Na Volks, cerca de 1.900
trabalhadores da fábrica de São
José dos Pinhais (PR) serão
forçados a parar as atividades
entre os dias 3 e 19 deste mês.
Na unidade da Fiat em Betim
(MG), houve paralisação da
produção em outubro e há uma
nova programada para este
mês. Ontem, a GM anunciou férias coletivas para sua fábrica
de São José dos Campos (SP),
com períodos de paralisação de
17 deste mês a 23 de dezembro.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, entre 3.000 e 4.000
trabalhadores serão afetados.
"[As montadoras] estão dando férias coletivas para reduzir
seus estoques, já que as vendas
de veículos estão diminuindo.
Isso é resultado da crise econômica", diz o secretário-geral do
Sindicato dos Metalúrgicos de
São José dos Campos, Luiz
Carlos Prates, para quem há
risco de demissões no setor.
Marcelino da Rocha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, disse que não identifica na seqüência de férias anunciadas
pela Fiat relação com a crise
global. Segundo ele, as folgas
têm de ser tiradas agora por
causa do acúmulo de férias verificado nos últimos três anos,
período "de produção intensa"
na montadora, segundo ele.
De acordo com Jamil Dávila,
diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a
crise global é a responsável pelas férias coletivas que a Volkswagen programa para este mês.
Ele prevê que 5.100 veículos
deixem de ser fabricados em
São José dos Pinhais.
As paralisações devem fazer
com que a produção de veículos
no Brasil em 2008 fique abaixo
dos 3,425 milhões de unidades
previstas pela Anfavea em junho. O número representa 15%
a mais sobre o ano passado.
Em outubro, as montadoras
anteciparam a realização de
feirões e passaram a oferecer
juros menores para estimular
os consumidores a comprar
veículos novos. As vendas registraram queda de 10% na primeira quinzena do mês.
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