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Bolsa tem pior mês em uma década, com queda de 24,8%
Na outra ponta, dólar tem ganho de 13,45% em outubro e lidera ganhos no mês
Investimentos atrelados aos
juros têm bom retorno no
mês; no segmento, os CDBs
se destacaram, com retorno
médio mensal de 1,11%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em seu quinto mês seguido
de queda, a Bovespa ficou mais
uma vez na lanterna das opções
de investimentos. O dólar, que
rondou os R$ 2,50 em outubro,
foi a forma de aplicação mais
rentável do mês, com alta acumulada de 13,45%, vendido a
R$ 2,16 ontem. A desvalorização da Bolsa em outubro ficou
em 24,80%, sendo a maior baixa mensal em uma década, segundo dados da Economática.
No exterior, as Bolsas também sofreram. O índice Dow
Jones, de ações norte-americanas, caiu 14% em outubro -o
pior mês desde agosto de 98.
Como o dólar é atualmente
pouco procurado pelos investidores, o bom retorno das aplicações de renda fixa se destaca.
Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) ficaram no topo, com ganhos médios de
1,11% no mês. Atrás vieram os
fundos DI (que carregam títulos que acompanham a oscilação da taxa Selic), com retorno
médio de 1,05%, e a renda fixa,
com 0,94% de retorno no mês.
Além da rentabilidade mais
expressiva, os CDBs têm atraído um elevado número de investidores por não cobrarem
taxas de administração, que
consomem entre 1% e 4% ao
ano dos fundos.
A caderneta de poupança pagou 0,75% no mês.
"Os fundos de renda fixa continuaram muito voláteis no
mês de outubro, devido à marcação a mercado, apresentando
novamente rendimento abaixo
dos fundos DI. A renda fixa deve continuar apresentando
muita oscilação, devido às oscilações dos juros futuros", afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo.
A menor atratividade dos
fundos de renda fixa não tem
sido perdoada pelos investidores. Segundo a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) a categoria havia
perdido R$ 13,12 bilhões líquidos em recursos em outubro,
até o último dia 28.
Tendo boa parte de sua carteira aplicada em títulos prefixados, os fundos de renda fixa
sofreram forte impacto com a
alta dos juros futuros. A regra
conhecida como "marcação a
mercado" obriga os gestores a
recalcularem o retorno dos títulos que estão nas carteiras
dos fundos de acordo com os
preços praticados diariamente
no mercado. Quando os juros
futuros sobem de foram expressiva e inesperada, os preços dos títulos prefixados recuam, afetando o retorno dos
fundos. E foi exatamente isso o
que ocorreu no mês.
Já os fundos de ações, mesmo com a queda expressiva da
Bolsa de Valores, chegaram ao
fim de outubro com captação
positiva de R$ 86,8 milhões
-isso significa que os investidores mais aplicaram que sacaram recursos no segmento.
Com a depreciação expressiva da Bolsa -que atingiu no
mês seu mais baixo patamar
desde 2005-, investidores têm
garimpado boas ofertas, pois
ações de empresas sólidas como Petrobras e Vale têm caído
muito nos últimos meses, sem
que seus resultados justifiquem perdas tão elevadas.
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