São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2008

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Bolsa tem pior mês em uma década, com queda de 24,8%

Na outra ponta, dólar tem ganho de 13,45% em outubro e lidera ganhos no mês

Investimentos atrelados aos juros têm bom retorno no mês; no segmento, os CDBs se destacaram, com retorno médio mensal de 1,11%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu quinto mês seguido de queda, a Bovespa ficou mais uma vez na lanterna das opções de investimentos. O dólar, que rondou os R$ 2,50 em outubro, foi a forma de aplicação mais rentável do mês, com alta acumulada de 13,45%, vendido a R$ 2,16 ontem. A desvalorização da Bolsa em outubro ficou em 24,80%, sendo a maior baixa mensal em uma década, segundo dados da Economática.
No exterior, as Bolsas também sofreram. O índice Dow Jones, de ações norte-americanas, caiu 14% em outubro -o pior mês desde agosto de 98.
Como o dólar é atualmente pouco procurado pelos investidores, o bom retorno das aplicações de renda fixa se destaca. Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) ficaram no topo, com ganhos médios de 1,11% no mês. Atrás vieram os fundos DI (que carregam títulos que acompanham a oscilação da taxa Selic), com retorno médio de 1,05%, e a renda fixa, com 0,94% de retorno no mês.
Além da rentabilidade mais expressiva, os CDBs têm atraído um elevado número de investidores por não cobrarem taxas de administração, que consomem entre 1% e 4% ao ano dos fundos.
A caderneta de poupança pagou 0,75% no mês.
"Os fundos de renda fixa continuaram muito voláteis no mês de outubro, devido à marcação a mercado, apresentando novamente rendimento abaixo dos fundos DI. A renda fixa deve continuar apresentando muita oscilação, devido às oscilações dos juros futuros", afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo.
A menor atratividade dos fundos de renda fixa não tem sido perdoada pelos investidores. Segundo a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) a categoria havia perdido R$ 13,12 bilhões líquidos em recursos em outubro, até o último dia 28.
Tendo boa parte de sua carteira aplicada em títulos prefixados, os fundos de renda fixa sofreram forte impacto com a alta dos juros futuros. A regra conhecida como "marcação a mercado" obriga os gestores a recalcularem o retorno dos títulos que estão nas carteiras dos fundos de acordo com os preços praticados diariamente no mercado. Quando os juros futuros sobem de foram expressiva e inesperada, os preços dos títulos prefixados recuam, afetando o retorno dos fundos. E foi exatamente isso o que ocorreu no mês.
Já os fundos de ações, mesmo com a queda expressiva da Bolsa de Valores, chegaram ao fim de outubro com captação positiva de R$ 86,8 milhões -isso significa que os investidores mais aplicaram que sacaram recursos no segmento.
Com a depreciação expressiva da Bolsa -que atingiu no mês seu mais baixo patamar desde 2005-, investidores têm garimpado boas ofertas, pois ações de empresas sólidas como Petrobras e Vale têm caído muito nos últimos meses, sem que seus resultados justifiquem perdas tão elevadas.


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