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São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2003

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ANOS DIFÍCEIS

Para o órgão, pobreza cresceu desde 1998

Em crise, latinos têm nova "década perdida", afirma diretor da Cepal

DA REDAÇÃO

Os últimos cinco anos equivaleram a "outra década perdida" para a América Latina, região marcada por crises generalizadas no período de 1998 e 2002, na avaliação da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe).
Segundo afirmou Rolando Franco, diretor da divisão de desenvolvimento social da Cepal e da ONU (Organização das Nações Unidas), entre 1990 e 1997 houve expansão e avanço na redução da pobreza na região, mas as crises posteriores "fizeram os países perder as ilusões".
As declarações foram dadas pelo funcionário da Cepal à agência de notícias Efe, durante visita do representante à capital do México na semana passada.
Na avaliação do diretor, os mais afetados foram as crianças e os adolescentes que vivem na região.
Ele informa que, de 1998 a 2002, o número de latinos pobres na América Latina aumentou de 200 milhões para 225 milhões de pessoas, sendo que, desse número, 100 milhões são indigentes.
Para ele, a pobreza apenas diminuiu no México, El Salvador, Panamá, Chile e República Dominicana. No entanto, cresceu no Brasil, Uruguai, Equador, Colômbia, Argentina e Paraguai e se manteve estável na Bolívia, Costa Rica e Honduras.

Piora
Entre todos os citados, três países estão em situação mais delicada do que em 1990, segundo Franco. São eles Colômbia, Venezuela e Argentina. O Brasil, disse, é o país que apresenta a maior desigualdade social na região. O Uruguai, a menor.
A única saída para reverter esse quadro seria reativar o crescimento econômico na região, mas estabelecer, ao mesmo tempo, uma aliança entre políticas econômicas e públicas.
"Se os países não mantêm um crescimento sólido e sustentável por um tempo, quando há crise o que se perde é bem mais do que aquilo que se poderá recuperar num ciclo seguinte de reativação econômica", afirmou. Franco admite, porém, que as políticas sociais de muitos países na região são corretas e têm produzido um resultado valioso. "Talvez com a força e eficiência que queríamos."


Com agências internacionais


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