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Correção do IR maior que 3% terá veto, diz Mantega
"Se houver uma modificação, Lula tem a caneta para vetar", afirma ministro
Titular da Fazenda também diz que governo avalia o pedido de José Serra, de
excluir servidores das novas regras da conta salário
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O acordo para corrigir a tabela do IR (Imposto de Renda)
poderá ruir se os parlamentares decidirem um índice de reajuste maior do que 3%. Nesse
caso, segundo o ministro Guido
Mantega (Fazenda), o presidente vetará a medida.
"Se houver uma modificação,
uma diferença em relação ao
que foi acertado. Se alguém, por
exemplo, resolver que esse reajuste será maior do que 3%, aí o
presidente Lula tem a caneta
para vetar."
A correção da tabela do IR
em 3% no ano que vem e em
2008 foi negociada pelo governo com o relator do projeto de
Orçamento para 2007, senador
Valdir Raupp (PMDB-RO),
nesta semana. "Dentro dos parâmetros que estão acertados,
pretendemos cumprir [o acordo]. Se houver mudança, podemos vetar as cláusulas que estiverem em desacordo."
Diferentemente do ministro
Paulo Bernardo (Planejamento), que ontem disse ser "razoável" um salário mínimo de R$
375, Mantega afirmou ser contra o reajuste para esse valor,
conforme constava na proposta
original do Orçamento de 2007
que os parlamentares querem
manter. Mantega defende um
mínimo de R$ 367, novo valor
apresentado pelo governo devido à mudança na previsão do
PIB, mas diz que essa não é
uma questão fechada. "Temos
que conversar com o presidente para ter uma posição final."
Conta salário
Mantega confirmou ainda
que o governo está discutindo
tecnicamente o pedido feito pelo governador eleito de São
Paulo, José Serra (PSDB), para
que os servidores públicos não
sejam atingidos pelas regras da
nova conta salário que entrarão
em vigor em janeiro, conforme
antecipou a Folha. Segundo
ele, a decisão poderá sair "a
qualquer momento" em reunião extraordinária do CMN.
A medida dá liberdade para o
trabalhador transferir o salário
do banco escolhido pelo empregador para depositar os recursos para a instituição de sua
preferência. Serra pediu que a
mudança tenha validade apenas para a iniciativa privada.
Com isso, os governos podem
negociar as folhas do funcionalismo e fazer caixa para os cofres locais ou mantê-las nos
bancos públicos.
Colaborou a Folha Online
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