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APLICAÇÕES
Fortes quedas durante a crise explicam a valorização em novembro
Bovespa avança 22,48%, a maior alta desde abril de 95
GABRIEL J. DE CARVALHO
da Redação
As Bolsas de Valores ficaram,
disparadas, com a liderança do
ranking das aplicações financeiras
em novembro, apesar da forte queda de ontem.
O Índice Bovespa, que reflete a
variação dos preços das ações mais
negociadas, fechou o mês com
uma valorização de 22,48%, a
maior alta mensal desde abril de
1995, quando alcançou 28,02%.
Naquela época, o país se recuperava do "efeito tequila" (crise mexicana) e do ajuste cambial.
As razões para a alta de 22,48%
na Bovespa estão justamente nas
fortes baixas anteriores, desencadeadas pela crise russa de agosto.
Só naquele mês o Ibovespa despencou 39,55%. As ações ficaram
baratas demais.
O início da reação foi em outubro passado, quando o Ibovespa
subiu 6,89%. Com os mercados se
acalmando e o Brasil fechando o
acordo com o FMI, a reação foi ganhando corpo.
O preço ainda baixo das ações
passou a atrair de novo os investidores, incluindo estrangeiros.
Com isso, a Bolsa subiu mais em
novembro.
A queda de ontem, dizem os analistas, foi motivada pelas vendas de
investidores que quiseram lucrar
com as altas anteriores. "Realizaram lucro", como se diz no mercado, se bem que houve influência
também de vendas no exterior.
O índice Dow Jones, da Bolsa de
Nova York, recuou 2,32% ontem,
mas fechou o mês com mais 6,10%.
Juros
Na renda fixa, a liderança foi do
CDB prefixado de grande investidor, com 2,50% brutos e 2,00% líquidos, considerando 20 dias úteis
e sem levar em conta a CPMF.
Os fundos de 60 dias devem render, em média, 2,48% brutos e
1,98% líquido, mas vários deles
conseguiram rentabilidade acima
do CDI (2,57% brutos) e com boa
vantagem sobre o CDB de grande
investidor.
Os fundos de 30 dias, que rendem um pouco menos por causa
do compulsório de 5%, estão com
boa distância sobre a poupança.
Devem dar, em média, 1,86% líquido, contra 1,1167% da caderneta,
muito afetada em novembro pelo
redutor da TR.
De qualquer forma, todos deram
ganho real no mês passado. O IGP-M registrou deflação, de 0,32%, o
mesmo devendo acontecer com
índices de preços ao consumidor,
como o IPC da Fipe.
A poupança, mesmo rendendo
menos, deu ganho real de quase
1,50% sobre o IGP-M.
Dólar calmo
Os ativos de risco mantiveram o
ritmo esperado.
O dólar comercial deslizou como
sempre, embora um pouco pressionado. Tanto assim que o preço
de venda variou 0,72% no mês.
Mas o ritmo da minibanda continua o mesmo.
Enquanto isso, o dólar paralelo
recuava. Passou a fase aguda da
crise cambial. O ágio do "black"
está em 3,60%, contra 13% no auge
da crise de fuga de dólares em setembro passado.
O ouro, que no Real perdeu sua
atratividade como ativo financeiro, registrou em novembro certa
estabilidade. A maior influência na
formação do preço interno vem
dos preços internacionais, que estão no patamar de US$ 290 por onça-troy (31,1 gramas) há meses.
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