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REAJUSTE
Conjunto de 31 produtos essenciais tem reajuste anual de 3% em SP, menor do que o índice da Fipe; alimentos seguram alta
Custo da cesta básica fica abaixo da inflação
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
O custo da cesta básica dos paulistanos ficou bem abaixo da inflação no ano passado. Pesquisa do
Procon e do Dieese em 70 supermercados da cidade de São Paulo
mostrou que os 31 produtos da
cesta básica subiram, em média,
3%. A Fipe (Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas) deverá
divulgar na próxima semana uma
taxa de inflação de 8% para o município de São Paulo.
Em um ano de juros elevados,
os alimentos, com reajuste de
apenas 0,51%, foram os produtos
que mais impediram a elevação
da cesta básica. Já os artigos de
limpeza e de higiene pessoal superaram a taxa de inflação.
A pesquisa mostrou que os paulistanos pagaram 14,25% mais pelos produtos de limpeza e 13,68%
mais pelos de higiene pessoal.
O comportamento da cesta básica de 2003 foi exatamente o contrário do de 2002. Naquele ano, a
alta média da cesta foi de 31,73%,
e os alimentos lideraram com
36,68%. Os artigos de higiene pessoal subiram 18,28%, e os de limpeza, 9,59%. A Fipe registrou inflação de 9,92% em 2002.
No ano passado, a supersafra de
grãos de 123 milhões de toneladas
e a queda de renda da população
seguraram os preços dos alimentos. Mesmo assim, alguns tiveram
fortes reajustes.
É o caso do arroz. A redução de
oferta e as dificuldades de importação, devido à alta do produto no
exterior e ao câmbio desfavorável,
permitiram uma manutenção dos
preços em patamares elevados.
A pesquisa do Procon e do Dieese mostrou que os paulistanos pagaram 28,28% mais pelo arroz no
ano passado. O pacote de cinco
quilos do tipo beneficiado de segunda subiu para R$ 9,30 nos supermercados paulistanos, contra
R$ 7,25 no final de 2002.
O café também manteve recuperação, com alta de 24,75%. O
produto vinha em queda nos anos
anteriores devido à redução dos
preços no mercado internacional.
Entre as quedas no setor de alimentos, a principal foi o recuo de
32,75% nos preços do feijão. A
queda se deve a uma oferta maior.
O feijão teve elevação de 75% nos
supermercados paulistanos em
2002 e se tornou uma cultura atrativa para os produtores em 2003.
Outro destaque de queda em
2003 foi a farinha de trigo, que recuou 27,27%. Três fatores foram
decisivos para isso: queda nos
preços no mercado externo, pressão menor do dólar e safra recorde nacional de 5,5 milhões de toneladas.
Já entre os chamados produtos
oligopolizados não houve queda
de preços. Pressionadas pelos
custos dos juros elevados e das
matérias-primas importadas, as
indústrias mantiveram reajustes
superiores aos da inflação.
No setor de limpeza, o sabão em
barra acumulou reajuste de
28,95% no ano passado. Esse produto já tinha subido 31% em 2002.
Entre os artigos de higiene pessoal, o único produto que perdeu
para a inflação foi o papel higiênico, que subiu 3,03%. A pesquisa
mostrou altas de 25% para sabonete e 20,98% para o desodorante.
O absorvente aderente, que já tinha subido 35,11% em 2002, foi
reajustado em 11,02% em 2003.
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