São Paulo, sexta-feira, 02 de janeiro de 2004

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REAJUSTE

Conjunto de 31 produtos essenciais tem reajuste anual de 3% em SP, menor do que o índice da Fipe; alimentos seguram alta

Custo da cesta básica fica abaixo da inflação

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

O custo da cesta básica dos paulistanos ficou bem abaixo da inflação no ano passado. Pesquisa do Procon e do Dieese em 70 supermercados da cidade de São Paulo mostrou que os 31 produtos da cesta básica subiram, em média, 3%. A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) deverá divulgar na próxima semana uma taxa de inflação de 8% para o município de São Paulo.
Em um ano de juros elevados, os alimentos, com reajuste de apenas 0,51%, foram os produtos que mais impediram a elevação da cesta básica. Já os artigos de limpeza e de higiene pessoal superaram a taxa de inflação.
A pesquisa mostrou que os paulistanos pagaram 14,25% mais pelos produtos de limpeza e 13,68% mais pelos de higiene pessoal.
O comportamento da cesta básica de 2003 foi exatamente o contrário do de 2002. Naquele ano, a alta média da cesta foi de 31,73%, e os alimentos lideraram com 36,68%. Os artigos de higiene pessoal subiram 18,28%, e os de limpeza, 9,59%. A Fipe registrou inflação de 9,92% em 2002.
No ano passado, a supersafra de grãos de 123 milhões de toneladas e a queda de renda da população seguraram os preços dos alimentos. Mesmo assim, alguns tiveram fortes reajustes.
É o caso do arroz. A redução de oferta e as dificuldades de importação, devido à alta do produto no exterior e ao câmbio desfavorável, permitiram uma manutenção dos preços em patamares elevados.
A pesquisa do Procon e do Dieese mostrou que os paulistanos pagaram 28,28% mais pelo arroz no ano passado. O pacote de cinco quilos do tipo beneficiado de segunda subiu para R$ 9,30 nos supermercados paulistanos, contra R$ 7,25 no final de 2002.
O café também manteve recuperação, com alta de 24,75%. O produto vinha em queda nos anos anteriores devido à redução dos preços no mercado internacional.
Entre as quedas no setor de alimentos, a principal foi o recuo de 32,75% nos preços do feijão. A queda se deve a uma oferta maior. O feijão teve elevação de 75% nos supermercados paulistanos em 2002 e se tornou uma cultura atrativa para os produtores em 2003.
Outro destaque de queda em 2003 foi a farinha de trigo, que recuou 27,27%. Três fatores foram decisivos para isso: queda nos preços no mercado externo, pressão menor do dólar e safra recorde nacional de 5,5 milhões de toneladas.
Já entre os chamados produtos oligopolizados não houve queda de preços. Pressionadas pelos custos dos juros elevados e das matérias-primas importadas, as indústrias mantiveram reajustes superiores aos da inflação.
No setor de limpeza, o sabão em barra acumulou reajuste de 28,95% no ano passado. Esse produto já tinha subido 31% em 2002.
Entre os artigos de higiene pessoal, o único produto que perdeu para a inflação foi o papel higiênico, que subiu 3,03%. A pesquisa mostrou altas de 25% para sabonete e 20,98% para o desodorante.
O absorvente aderente, que já tinha subido 35,11% em 2002, foi reajustado em 11,02% em 2003.



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