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Tarifas públicas devem ter peso menor no IPCA
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Os reajustes das principais tarifas públicas e preços administrados neste ano devem contribuir
com um ponto percentual no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A meta de inflação fixada pelo Banco Central para 2004 é de 5,5% -com uma tolerância de 2,5 pontos percentuais
para cima ou para baixo. Já o Relatório de Inflação, divulgado pelo
BC, prevê taxa anual de 4,5%.
O impacto dos preços administrados e das tarifas representará
18% de toda a inflação do ano, se o
núcleo da meta for cumprido.
Em 2003, os preços administrados representaram 1,7 ponto percentual do IPCA, segundo as previsões adotadas pela autoridade
monetária. O índice fechado do
ano passado ainda não foi divulgado, mas, conforme a projeção
do BC, deve ficar em 9,1%. Caso
isso se concretize, o impacto das
tarifas terá sido de 18,68%.
O IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) estima
que só o aumento projetado para
a gasolina -de 9,5% para 2004-
terá um impacto de 0,38 ponto na
inflação. Em 2003, o peso do combustível foi menor: 0,036 ponto.
Para o economista do Grupo de
Conjuntura da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro),
Carlos Thadeu de Freitas Filho,
todos os aumentos de tarifas públicas e preços administrados somados representarão uma alta
acumulada de 6,5% em 2004.
"Esse percentual só não vai
acontecer caso o dólar e o preço
do petróleo, que estão mais ou
menos estáveis, voltem a subir."
O diretor de abastecimento da
Petrobras, Rogério Manso, acha
que os preços do óleo ficarão estáveis neste ano. Na avaliação dele,
as cotações vão oscilar "mais perto do centro da banda" fixada pelo Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo), que
oscila de US$ 22 a US$ 28 o barril.
Tradicionalmente uma das
maiores pressões nos índices de
inflação, a energia elétrica contribuirá com 0,33 ponto. A estimativa feita pelo BC é de um aumento
de 7,2%. Em 2003, a contribuição
da energia ficou em 0,99 ponto.
Com uma elevação prevista de
6,6%, o peso do telefone fixo será
de 0,22 ponto percentual. Em
2003, ficou em 0,63 ponto, com
uma alta projetada de 19,1%.
No caso do gás de cozinha, o
reajuste previsto de 3,5% causará
um impacto de 0,06 ponto. O impacto em 2003 ficou também em
0,06, caso o reajuste previsto pelo
BC de 3,7% se concretize.
Segundo Freitas Filho, os aumentos tanto da energia quanto
do telefone fixo serão menores
porque não "carregarão" mais as
fortes altas dos índices de preço
do início do ano passado.
Freitas afirmou que, se o dólar e
o petróleo subirem 20%, as tarifas
terão um peso de 12% na inflação.
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