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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Patamar da taxa Selic será a grande dúvida deste ano
O futuro da taxa básica de juros da economia brasileira será
a grande incógnita de 2010. Enquanto os analistas mais otimistas esperam uma Selic de
10% no final do ano, os pessimistas apostam numa taxa de
11,5%. Hoje, os juros estão em
8,75% ao ano.
Outros indicadores da economia para o final deste ano,
como a velocidade de crescimento do PIB, o patamar do
câmbio e a taxa de inflação, estão praticamente dentro de um
consenso entre os analistas ouvidos pela Folha (veja quadro).
O que irá determinar o futuro da Selic será a velocidade de
crescimento da economia, que
será puxada pelo consumo.
"Um ajuste na Selic será necessário para segurar a pressão
da inflação no final do ano", de
acordo com Bernardo Wjuniski, economista da Tendências
Consultoria.
Já a MCM Consultores prevê
que os juros irão começar a subir em julho. "Acreditamos que
o Banco Central tenha de fazer
um aperto mais forte no segundo semestre", afirma Leandro
Padulla, economista da MCM.
Por outro lado, os preços administrados devem ajudar a segurar a inflação, associado ao
câmbio mais baixo, acredita
Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores.
As projeções para o câmbio
no final deste ano indicam um
dólar a R$ 1,70, R$ 1,75, sem
muita variação em relação à
atual cotação. Wjuniski, porém, acredita que no meio do
caminho o dólar possa sentir o
reflexo da eleição presidencial.
"Depois de março, o dólar irá
apresentar uma valorização
por conta da tensão pré-eleitoral. O pico deve chegar a R$
1,90 entre setembro e outubro." Porém, diz ele, como a entrada de capital deve continuar
se acentuando, a cotação deve
voltar a cair no final do ano.
As estimativas para o crescimento do PIB são bem favoráveis para 2010. Como a ociosidade da indústria está diminuindo e o crédito está melhorando para as empresas, os investimentos devem se recuperar. "O investimento vai saltar
de uma queda de 10% em 2009
para uma alta de 20% em
2010", diz Borges, da LCA.
O principal fator que vai puxar a expansão do PIB será o
consumo, devido à recuperação do mercado de trabalho e à
renda elevada, diz Wjuniski, da
Tendências Consultoria.
"Um ajuste na Selic será
necessário para segurar
a pressão da inflação no
final de 2010"
BERNARDO WJUNISKI
economista da Tendências Consultoria
EFEITO ESTUFA NA BOLSA
Depois de lançar o Índice Carbono Eficiente,
juntamente com o
BNDES, na COP-15, conferência das Nações Unidas para mudanças climáticas, em Copenhague, em dezembro, Sônia
Favaretto, diretora de
sustentabilidade da
BM&FBovespa, prepara-se para entrar em contato com empresas e especialistas neste mês.
A ideia é apresentar a
metodologia, colher impressões e, eventualmente, aprimorar o indicador. Estruturado a
partir do IBrX-50, índice
com as 50 ações mais líquidas da Bolsa, o Carbono Eficiente será ponderado pelo inventário
das emissões de gases de
efeito estufa das companhias.
Companhias com
maior eficiência em
emissões, em relação às
demais da carteira, tenderão a aumentar seu
peso no novo indicador,
na comparação com sua
participação no IBrX-50.
"O índice tem poder
indutor", acredita Favaretto. "Estimulará as
empresas brasileiras de
capital aberto mais líquidas a mensurarem e gerirem suas emissões.
Sem inventário, não se
sabe quanto diminui-las
para mitigar a mudança
climática", afirma a diretora.
Cerca de 14 das 50 empresas do IBrX-50 já fazem inventário das
emissões, mas com escopos e metodologias diferentes, de acordo com
ela.
"De forma compartilhada com o mercado,
vamos alinhar isso", diz
Favaretto, que vê no índice a oportunidade de
dar informações transparentes a investidores
sensíveis às questões
ambientais.
Livro relata trajetória e atuação do Cade
A trajetória e a atuação do
Cade devem ser um exemplo
para outras agências regulatórias do país, defende Pedro
Dutra, advogado especialista
em concorrência e professor
da FGV. Ele acaba de lançar o
livro "Conversando com o
Cade" (editora Singular, 288
págs.), no qual apresenta entrevistas com 23 ex-conselheiros do órgão que relembram casos célebres e as decisões tomadas.
Na opinião de Dutra, destacam-se, dessas histórias, a
independência e a transparência da autarquia. "A própria lei que a criou já é muito
boa, pois lhe permite atuar
de forma aberta à sociedade.
As reuniões são públicas e as
indicações para o conselho
são técnicas e não políticas",
diz. "Aí reside uma enorme
diferença em relação às demais entidades de regulação.
Cidadãos deveriam cobrar
que o modelo fosse copiado."
O livro também mostra como o Cade foi evoluindo e ganhando importância. "Hoje
todo empresário que pensa
em fusão ou aquisição vai
consultar o órgão antes." O
que falta, diz, é melhorar a
estrutura, aumentando verba disponível e número de
funcionários.
LIGAÇÃO 1
A 3G Americas, associação
que representa a indústria
de telefonia móvel nas Américas, encerrou o ano de
2009 com um crescimento
mundial das tecnologias 3G
na casa dos 380% em assinaturas de banda larga móvel.
O número representa cerca
de 9,4 milhões de novos
clientes que passaram a fazer uso da tecnologia de terceira geração, que alcançou
a marca dos 12 milhões de
usuários.
LIGAÇÃO 2
Com 4 bilhões de assinaturas no mundo, a tecnologia GSM (de celulares com
chip), da qual 3G é uma evolução, tem 89,5% de participação de mercado, com serviços em 860 redes, presente
em 220 países. Segundo a 3G
Americas, na América Latina e no Caribe esse índice é
maior. Cerca de 90% das assinaturas de telefonia móvel
da região são da família
GSM, o que representa 448
milhões de assinaturas.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e DENYSE GODOY
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