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São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

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OUTRO LADO

Empresa afirma que tem regras rígidas que impedem prática

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor de relações institucionais da Abbott, Irapuan de Oliveira, nega que sua empresa esteja praticando dumping. "Temos regras muito rígidas na companhia e o dumping absolutamente não é permitido", diz Oliveira.
O executivo afirma que esse tipo de estratégia também não seria justificável para a Abbott porque a ciclosporina representa apenas 0,5% do faturamento da empresa no Brasil. Além disso, a Abbott tem perdido a grande maioria das licitações de compra do remédio.
Em 2001, venceu apenas duas licitações e perdeu 44 no Brasil. No ano passado, ganhou duas concorrências e perdeu 18. Segundo Oliveira, o interesse da Abbott com a ciclosporina é basicamente social. "Ele não representa quase nada para a companhia no que diz respeito ao faturamento."
Oliveira afirma que não pode explicar a política de preços que a Abbott adota porque comprometeria a estratégia de defesa, no caso de haver um processo antidumping.

Ataques da concorrência
Essa não é a primeira vez que a Abbott é atacada pela concorrência no que diz respeito ao comércio de ciclosporina no Brasil. Em 2001, quando iniciou a venda do produto aqui, foi denunciada por comercializar o remédio sem a mesma fórmula do medicamento referência, criado pela Novartis.
Entidades de vigilância sanitária depois afirmaram que a denúncia não se justificava. O produto da Abbott tinha a mesma fórmula do medicamento original.
A Folha apurou que essas denúncias contra a Abbott tem incomodado a empresa, que decidiu que irá sair do mercado de ciclosporina do país em breve.
Segundo um executivo ligado a licitações, o início de cada ano é o momento propício para esses tipos de denúncias, pois a temporada de licitações de ciclosporina está para ser iniciada. (LV)


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