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São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

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Associação critica lei e diz que risco é nulo

DA REPORTAGEM LOCAL

A MMF (Mobile Manufacturers Forum), associação internacional de fabricantes de equipamentos de comunicação via ondas de rádio, faz críticas à lei sancionada em São Paulo. A organização acaba de chegar à capital para instalar seu primeiro escritório fora da cidade que hospeda a sede, Bruxelas, na Bélgica.
Segundo o secretário-geral da MMF, Michael Milligan, as pesquisas científicas mostram que o risco de combustão em postos de gasolina é insignificante. "Não há registro de incidentes causados por uso de celulares em postos de gasolina em qualquer país do mundo. A quantidade de energia de radiofrequência emitida pelos celulares é insuficiente para causar faíscas que possam inflamar vapores de gasolina", diz.
Ele diz que diversas entidades em todo o mundo já investiram mais de US$ 100 milhões nos últimos dez anos em estudos sobre os efeitos biológicos no ser humano e em animais a partir do uso dos celulares.
Apesar da convicção, todos os manuais dos fabricantes de celulares fazem restrições em relação ao seu uso em postos ou qualquer outra área potencialmente explosiva, como as fábricas de produtos químicos. "Qualquer faísca num ambiente dessa natureza poderia causar uma explosão ou incêndio e resultar em ferimentos ou mesmo morte. Recomenda-se ao usuário desligar o telefone enquanto se encontrar numa área de abastecimento (posto de gasolina)", informa o manual do usuário da fabricante Nokia.
Para o engenheiro de produtos da Siemens Renato Cechetti, a recomendação dos fabricantes é uma precaução. "É uma postura bastante conservadora, mas é melhor se prevenir", acredita.
Segundo o engenheiro José Thomaz Senise, que coordena um projeto experimental de pesquisa financiado pelo Instituto Mauá de Tecnologia e pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o tema gera reações diferentes no mundo. "A Itália, por exemplo, não adotou as regras do ICNIRP, a entidade que tem respaldo da Organização Mundial da Saúde", diz.



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