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Hidrelétrica trará "caos", afirma bispo do Xingu
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O bispo católico da região do
Xingu, dom Erwin Kräutler, diz
que a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte trará
o caos para a região da Volta
Grande do Rio Xingu (PA) e que
as condicionantes pedidas pelo
Ibama não garantirão a segurança da população local.
Representante do grupo de
resistência ao empreendimento, d. Erwin afirma que o governo federal não apresentou respostas para a população do local sobre os impactos que a barragem do rio provocará. "Será o
caos. Conheço Altamira. Belo
Monte representará o caos."
Trecho do parecer do Ibama
sobre Belo Monte trazido a público no ano passado revela que
a pressa em licenciar o projeto
inviabilizava estudos mais profundos sobre os impactos.
"Algumas questões não puderam ser analisadas na profundidade apropriada, dentre
elas as questões indígenas e as
contribuições das audiências
publicas", dizia o documento.
Na próxima quarta-feira, d.
Erwin participará de uma reunião com o presidente do Ibama, Roberto Messias, em Brasília, a pedido do executivo. "Suponho que seja para discutir
Belo Monte", afirmou o bispo.
Sobre a posição do governo
federal em relação ao projeto,
ele diz que tem sido "arrogante" e "ditatorial". Em dois encontros que teve com o presidente Lula para discutir o empreendimento, obteve do governo o compromisso de que o
projeto não seria imposto.
"Estava sentado do lado dele
e o presidente disse: "dom Erwin, pode contar comigo. Eu
não vou empurrar esse projeto
goela abaixo de ninguém". Ele
disse, então eu confio nele."
Uma das principais preocupações do religioso é o barramento do rio Xingu, a cerca de
40 km de Altamira. Além da
inundação de milhares de casas
e da saída compulsória de até
40 mil pessoas, a barragem poderá, diz, decretar a morte do
Xingu. Cem quilômetros de rio
terão, segundo a Eletrobrás, a
vazão reduzida ao mínimo.
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