São Paulo, terça-feira, 02 de fevereiro de 2010

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Braskem faz sua primeira aquisição no exterior

Após incorporar a rival Quattor, empresa compra a Sunoco nos EUA

Pelo acordo, a Braskem irá desembolsar US$ 350 mi pela quarta maior empresa produtora, nos EUA, de polipropilenos

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pouco mais de uma semana após adquirir a concorrente Quattor no Brasil e se tornar a oitava petroquímica do mundo, a Braskem anunciou ontem a compra da produtora de polipropileno Sunoco Chemicals, nos Estados Unidos, em sua primeira aquisição no exterior.
Pelo acordo, que deve ser concluído em um prazo de 60 dias, a Braskem irá desembolsar US$ 350 milhões.
O valor da compra será pago à vista e sairá do caixa da Braskem, cujo saldo no terceiro trimestre do ano passado estava em US$ 1,7 bilhão.
Com o negócio, a Braskem se aproxima da Ineos, a sétima maior petroquímica em capacidade de produção, e passa a produzir 6,46 milhões de toneladas de resinas por ano.
"Agora, a internacionalização da Braskem não apenas se concretiza por meio de projetos como também por meio de aquisições. Queremos chegar a 2020 como uma das cinco maiores petroquímicas do mundo", disse o presidente da Braskem, Bernardo Gradin.
A empresa já tem projetos fora do Brasil em países como México, Venezuela e Peru.
Segundo Gradin, a Braskem estuda agora comprar outros ativos fora do país. Só nos Estados Unidos, a empresa mantém conversas com outras cinco companhias.
"A negociação com a Sunoco foi a que se concretizou primeiro, mas não paramos por aqui. Esse foi um primeiro passo para a construção dessa empresa global que pretendemos formar", afirmou Gradin.
Nos EUA, a Sunoco é a quarta maior produtora de polipropileno, com capacidade produtiva para 950 mil toneladas da resina por ano em suas três fábricas, no Texas, Pensilvânia e Virginia Ocidental.
A empresa detém 13% do mercado norte-americano, o maior consumidor de polipropileno do mundo.

Monopólio
No Brasil, a Braskem anunciou na semana retrasada a compra da sua rival Quattor por R$ 700 milhões, em um negócio que a colocou em posição de monopolista na produção de petroquímicos básicos no país.
A expectativa é que o acordo, que será submetido ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), concretize-se em 120 dias.
A Braskem, que tem a Petrobras e a Odebrecht como principais acionistas, ainda receberá um aporte de R$ 3,5 bilhões.


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