UOL


São Paulo, domingo, 02 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SANGRIA DAS MÚLTIS

Ativos de empresas com participação estrangeira aumentaram 67% e empregos cresceram 26%, diz Iedi

Emprego em estrangeiras não segue investimento

DA REPORTAGEM LOCAL

O número de empregos gerados por empresas com participação estrangeira não acompanhou a evolução do estoque de investimento estrangeiro direto no Brasil e do volume de ativos.
De acordo com o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), entre 1995 e 2000, a quantidade média, por ano, de pessoas que estavam empregadas nas companhias com participação de capital estrangeiro passou de 1,353 milhão para 1,710 milhão -expansão de 26%. O estudo considera os empregos gerados nos setores agropecuário e de extração mineral, na indústria e no setor de serviços.
Os ativos das empresas com participação estrangeira avançaram, no entanto, de US$ 280,3 bilhões, em 1995, para US$ 467,4 bilhões, em 2000, evolução de 67%.
Do total de investimento direto estrangeiro, no fluxo acumulado entre 1996 e 2000, somente 1,7% se destinou à agricultura. Outros 18% foram para a indústria. A parte mais substancial, 80,3%, seguiu para os serviços -foram US$ 83,3 bilhões, do quais 21,9% desembarcaram nas telefônicas, 15,4% nos bancos e 12,8% em distribuidoras/geradoras de energia.
Em 1995, companhias com participação estrangeira acumulavam 79 mil empregados na agricultura, pecuária e extração mineral. Em 2000, esse número recuou para 37 mil. Na indústria, o número de empregados também diminuiu, de 972 mil em 1995 para 944 mil cinco anos mais tarde.
No setor de serviços, ocorreu o inverso: o número médio de empregados aumentou de 300 mil em 1995 para 729 mil em 2000. Avanço formidável.
Mas que mereceu ressalva do Iedi. Até 1995, a maior parte dos investimentos estrangeiros ia para a indústria -ao final daquele ano, o setor concentrava 67% do estoque acumulado de IDE (Investimento Direto Estrangeiro), contra 31% dos serviços. Com a abertura da economia, inverteram-se os postos. Em 2000, 64% do estoque estava no setor de serviços e não mais que 33%,7 na indústria.
Se em 1995, para criar um emprego era necessário em tese o uso de capital de US$ 207 mil, em 2000 esse valor subiu para US$ 273 mil.
O Iedi argumenta que, se a expansão do capital estrangeiro tivesse seguido a mesma composição setorial que existia até 1995 (com predominância da indústria), o impacto sobre a geração de empregos teria sido muito mais expressivo.
Isso porque, na indústria, a relação ativo da empresa/número de empregados é de ""apenas" US$ 144 mil e, nos serviços, de US$ 444 mil. (JOSÉ ALAN DIAS)


Texto Anterior: Indústria só debuta na internacionalização
Próximo Texto: Privatizações e estabilidade dão força a capital
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.