São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2004

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LEITE DERRAMADO

CUT defende cooperativas para manter empregos do grupo

Juiz recebe propostas sobre Parmalat

CLAUDIA ROLLI
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O interventor da Parmalat Brasil, Keyler Carvalho Rocha, apresentou três propostas à Justiça e aos representantes dos trabalhadores para recuperar a empresa e manter os empregos dos funcionários do grupo no país.
Entregues há dois dias ao juiz da 42ª Vara Cível de São Paulo, Carlos Henrique Abrão, e ontem à direção da CUT (Central Única dos Trabalhadores), as propostas incluem desde a terceirização até a criação de uma nova companhia.
A terceirização ocorreria com a prestação de serviços para empresas do ramo de laticínios, biscoitos, achocolatados e outras. Com essa alternativa, a Parmalat receberia matéria-prima dos fornecedores e continuaria empregando os funcionários para a execução de serviços a terceiros.
A segunda proposta apresentada prevê a criação de uma nova companhia, com mudança na razão social da Parmalat -o que poderia permitir que a empresa continue operando e obtendo crédito no mercado. A terceira alternativa envolveria a otimização dos setores mais produtivos da companhia, com recursos obtidos pela venda de propriedades.
"O problema é que essas propostas não asseguram o emprego de todos os 6.000 funcionários do grupo no país. Mas reconhecemos que a iniciativa de apresentar essas alternativas é importante", disse o presidente da Contac (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação da CUT), Siderlei Silva de Oliveira, que se reuniu ontem com o interventor da empresa.
"Queremos que os empregos sejam mantidos e que o caminho judicial leve isso em consideração. Caso esse não seja o desfecho, defendemos a formação de cooperativas com os trabalhadores em todas as unidades da empresa no país", disse Luiz Marinho, presidente da CUT.
Na última sexta-feira, o juiz Abrão homologou o contrato de prestação de serviços entre a Parmalat e um consórcio criado para reestruturar a empresa.
Participam desse consórcio os escritórios de advocacia de Paulo Toledo e de Jorge Lobo, Luiz Cezar Fernandes (ex-banco Pactual) e o economista Paulo Rabello de Castro, entre outros.
O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse que "já há uma atitude por parte dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário para preservar os trabalhadores da cadeia produtiva da Parmalat Brasil".
Segundo Berzoini, a empresa não vai receber ajuda financeira do governo, como por exemplo do BNDES, enquanto estiver sendo investigada por fraudes.
Na tarde de ontem, os interventores da empresa tiveram reunião com representantes do Bradesco.


Colaborou o "Agora"


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