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LEITE DERRAMADO
CUT defende cooperativas para manter empregos do grupo
Juiz recebe propostas sobre Parmalat
CLAUDIA ROLLI
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O interventor da Parmalat Brasil, Keyler Carvalho Rocha, apresentou três propostas à Justiça e
aos representantes dos trabalhadores para recuperar a empresa e
manter os empregos dos funcionários do grupo no país.
Entregues há dois dias ao juiz da
42ª Vara Cível de São Paulo, Carlos Henrique Abrão, e ontem à direção da CUT (Central Única dos
Trabalhadores), as propostas incluem desde a terceirização até a
criação de uma nova companhia.
A terceirização ocorreria com a
prestação de serviços para empresas do ramo de laticínios, biscoitos, achocolatados e outras. Com
essa alternativa, a Parmalat receberia matéria-prima dos fornecedores e continuaria empregando
os funcionários para a execução
de serviços a terceiros.
A segunda proposta apresentada prevê a criação de uma nova
companhia, com mudança na razão social da Parmalat -o que
poderia permitir que a empresa
continue operando e obtendo crédito no mercado. A terceira alternativa envolveria a otimização
dos setores mais produtivos da
companhia, com recursos obtidos
pela venda de propriedades.
"O problema é que essas propostas não asseguram o emprego
de todos os 6.000 funcionários do
grupo no país. Mas reconhecemos que a iniciativa de apresentar
essas alternativas é importante",
disse o presidente da Contac
(Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação da CUT), Siderlei Silva
de Oliveira, que se reuniu ontem
com o interventor da empresa.
"Queremos que os empregos
sejam mantidos e que o caminho
judicial leve isso em consideração.
Caso esse não seja o desfecho, defendemos a formação de cooperativas com os trabalhadores em todas as unidades da empresa no
país", disse Luiz Marinho, presidente da CUT.
Na última sexta-feira, o juiz
Abrão homologou o contrato de
prestação de serviços entre a Parmalat e um consórcio criado para
reestruturar a empresa.
Participam desse consórcio os
escritórios de advocacia de Paulo
Toledo e de Jorge Lobo, Luiz Cezar Fernandes (ex-banco Pactual)
e o economista Paulo Rabello de
Castro, entre outros.
O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse que "já há uma
atitude por parte dos ministérios
da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário para preservar os
trabalhadores da cadeia produtiva da Parmalat Brasil".
Segundo Berzoini, a empresa
não vai receber ajuda financeira
do governo, como por exemplo
do BNDES, enquanto estiver sendo investigada por fraudes.
Na tarde de ontem, os interventores da empresa tiveram reunião
com representantes do Bradesco.
Colaborou o "Agora"
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