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MERCADO ABERTO
O ano de ouro da indústria
A indústria brasileira registrou
em 2004 um dos melhores
anos de sua história. A rentabilidade média (retorno
sobre o patrimônio líqüido) da
indústria atingiu 35,3 %, segundo estudo realizado pelo Iedi
(Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) com
uma amostra de 15 grandes empresas dos setores siderúrgico,
químico e de papel e celulose.
De acordo com o trabalho do
Iedi, a rentabilidade da indústria
foi praticamente o dobro da dos
bancos, que ficou em cerca de
17% no ano passado. As empresas selecionadas faturaram R$ 48
bilhões e registraram um lucro
de R$ 10,2 bilhões. Na amostra
estão Gerdau, Usiminas, CSN,
Aracruz, Votorantim, Suzano e
Klabin, entre outras.
Não foi só a rentabilidade que
explodiu. A receita líqüida da indústria cresceu 20% em termos
reais no ano passado, e o lucro líqüido, 73%. A dívida de curto
prazo caiu 49,8%. Ou seja, foi reduzida quase pela metade. Já a
dívida de longo prazo caiu 16,8%.
Em 2003, as empresas pesquisadas deviam 37% de seus ativos,
e, em 2004, esse valor baixou para 20,2%, o que representou uma
queda expressiva. Sinal de que as
empresas estão preparadas para
um novo ciclo de endividamento
numa eventual retomada dos investimentos.
Os números mostram que 2004
foi mesmo o ano de ouro da indústria, com resultados melhores que os dos bancos. "A diferença é que todo ano é o ano de
ouro dos bancos, já a indústria,
só de vez em quando", diz o economista Júlio Sérgio Gomes de
Almeida, diretor do Iedi.
O resultado de 2004 não reflete,
ainda, o efeito negativo da queda
do dólar para os exportadores
-caso tenha ocorrido. O desempenho da indústria no ano passado foi muito influenciado pelas
boas vendas ao mercado externo.
Entre os setores pesquisados, o
grande destaque ficou por conta
da siderurgia, que registrou uma
rentabilidade de 45,1%.
SEM ESCALAS
O governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, embarca na
próxima terça para os EUA, onde se encontrará com o irmão
do presidente Bush, o governador da Flórida, Jeb Bush. Alckmin também participará da tradicional abertura do pregão da
Bolsa de Nova York.
SEM ALARDE
Discretamente, o presidente
mundial da International Paper,
Robert Amen, veio ao Brasil na
semana passada. Ele se encontrou com o governador do Mato
Grosso do Sul, Zeca do PT. Na
pauta, os planos de construção
de uma fábrica de papel em Três
Lagoas (MS). O valor do investimento chega a US$ 1,3 bilhão.
ALERTA
Newton de Mello (Abimaq)
afirma que a redução de impostos para a importação de equipamentos para a Usina Siderúrgica do Ceará ameaça 3.000 empregos em São Paulo e Minas
Gerais. O alerta foi feito em encontro com o secretário de Desenvolvimento de São Paulo,
João Carlos Meirelles.
POLITICAMENTE CORRETO
A Sadia criou o Instituto Sadia
de Sustentabilidade. A iniciativa
é um passo da empresa para se
adequar ao Protocolo de Kyoto.
O instituto cuidará de ações como os projetos de redução de
emissão de gases, que gerarão
créditos de carbono negociáveis
em Bolsas de Valores.
FUMAÇA
A Justiça de Minas Gerais negou um pedido milionário de
indenização de um ex-fumante
contra a Souza Cruz. O valor
chegava a R$ 2,28 milhões.
LUPA NA BUROCRACIA
Abram Szajman (Fecomercio
SP) apresenta hoje o projeto
"Simplificando o Brasil", com o
diagnóstico dos entraves burocráticos que impedem o desenvolvimento econômico do país.
Coordenado por Maria Helena
Zockun, o projeto reúne um
grupo de economistas da Fipe.
EFEITO "SIDEWAYS"
Não é só na Califórnia que
o filme "Sideways - Entre
Umas e Outras" tem impulsionado as vendas de vinhos
Pinot Noir. No Brasil, as
vendas dobraram na importadora Mistral, uma das
maiores do Brasil.
"É raro nosso estoque de
um tipo de vinho se esgotar,
e isso aconteceu com um Pinot", disse Ciro Lilla, presidente da empresa.
Os Pinot ganharam destaque porque um dos personagens do filme é um amante dos vinhos dessa uva.
DISPUTA ACIRRADA
A disputa pela liderança do
mercado nacional de automóveis (sem incluir comerciais leves) ficou embolada em fevereiro. A Volkswagen viu sua participação cair de 28,3% em janeiro
para 24,9%, enquanto a Fiat oscilou de 25% para 24,4% e a General Motors encostou, subindo
de 16,9% para 22,7%, segundo
dados da Fenabrave (distribuidores de automóveis).
A proximidade é tanta que, se
considerados os comerciais leves, a liderança no primeiro bimestre ficou com a GM, com
24,5% do mercado, à frente de
Fiat (23,8%) e Volks (22,2%).
GUILHERME BARROS, com Marcelo Pinho e Marcelo Sakate
@ - guilherme.barros@uol.com.br
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