São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Investimento tem maior expansão desde 1994

DA SUCURSAL DO RIO

Em 2004, os investimentos registraram o maior crescimento desde 1994, ano de lançamento do Plano Real. Cresceram 10,9% na comparação com 2003, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar do recorde, os investimentos na compra de máquinas e equipamentos e na construção civil tiveram uma forte desaceleração no último trimestre do ano. Caíram 3,9% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, descontados efeitos sazonais.
Em relação ao mesmo trimestre de 2003, a expansão ainda foi forte (9,3%) nos últimos três meses do ano, mas num nível menor do que havia sido registrado no terceiro trimestre (19,2%).
De acordo com Rebeca Palis, gerente das Contas Nacionais do IBGE, a desaceleração aconteceu porque os empresários anteciparam investimentos temendo uma taxa de juro mais alta, já que o BC começou a sinalizar no terceiro trimestre que elevaria a Selic.
A base elevada de comparação do terceiro trimestre também explica a retração na comparação com ajuste sazonal, segundo ela.
Guilherme Maia, economista da Tendências, diz que a queda do investimento era esperada e reflete o aperto da política monetária, necessário para conter pressões inflacionárias. Para ele, o dado de investimentos foi a "melhor notícia do PIB de 2004", pois indica que um crescimento maior poderá ser alcançado no futuro.
"A redução era fundamental porque o país não tem condições de crescer a uma taxa de mais de 4,5%, como aconteceu em 2004, sem que isso se traduza num descompasso entre oferta e demanda e, conseqüentemente, em alta da inflação", diz.
Pelos dados do IBGE, ainda não é possível calcular a taxa de investimento (percentual do que foi investido em relação ao valor do PIB), pois o PIB em valores só será divulgado em 30 dias, mas economistas projetam que ela ficará entre 19% e 20%, o melhor resultado dos últimos anos. O ideal, porém, para sustentar um crescimento de 5%, é uma taxa acima de 22%.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: "Desaquecimento" já faz governo rever PIB do ano
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.