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Empresários
querem que MP
seja votada já
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Membros da Frente Brasileira
contra a MP 232 estarão hoje em
Brasília para pedir à comissão
mista criada para analisar a medida que a coloquem imediatamente em votação no Congresso.
A comissão, presidida pelo deputado Francisco Dornelles (PP-RJ), tem 30 dias para analisar a
MP e submeter seu parecer aos
congressistas.
Segundo a Folha apurou junto
às lideranças empresariais contrárias à medida, a estratégia é pedir ao Congresso que vote já a MP.
O objetivo é evitar que o clima
de revolta atual contra a 232 seja
esvaziado ao longo das próximas
semanas e aproveitar um "vento
favorável" entre os deputados.
Os empresários acreditam que
há um sentimento amplamente
contrário no Congresso à aprovação da MP. Esse clima teria paralelo com a reviravolta que derrotou o PT e elegeu, há duas semanas, o novo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE).
O próprio Severino já se pronunciou desfavorável à MP.
Na visão dos empresários, o
adiamento do início da vigência
da MP ontem demonstraria que o
governo está enfraquecido em sua
posição e que os deputados estariam dispostos a derrubar a medida.
Além de pedir que a 232 seja colocada em votação imediatamente, a frente empresarial vai lançar
hoje, em Brasília, uma Proposta
de Emenda Constitucional proibindo que matérias tributárias sejam editadas via MPs.
Na expressão de um dos membros da frente, o objetivo é "fechar
a boca do monstro" (os aumentos
de impostos), que vêm permitindo ao governo continuar elevando seus gastos de modo considerado "incontrolável".
Segundo algumas lideranças da
Frente contra a MP 232, os deputados também se sentiram traídos
pela edição da 232, pois esperavam que a medida contivesse apenas a correção em 10% da tabela
do Imposto de Renda.
Os empresários da frente também vêm mantendo contato com
os deputados do chamado "baixo
clero" na Câmara, responsáveis
pela vitória de Severino na eleição
da Casa.
Foi identificado entre esses parlamentares um sentimento de que
eles poderiam ganhar força contra o governo caso matérias tributárias fossem editadas somente
por meio de projetos de lei, e não
pela via das MPs -consideradas
abusivas por muitos deputados.
Fiesp
Ontem, durante reunião da
Frente em São Paulo, alguns líderes questionaram publicamente a
posição, considerada "dúbia", da
Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo) em relação à MP.
Várias lideranças afirmam que
o presidente da Fiesp, Paulo Skaf,
está negociando pontos da MP
em separado com o governo, o
que enfraqueceria o movimento
contra a medida. Skaf nega.
Ontem, Skaf não foi ao encontro dos empresários. Instado a declarar-se frontalmente contra a
totalidade da MP, o diretor-adjunto da Fiesp, Márcio Giusti, preferiu uma resposta diplomática, o
que não agradou aos presentes.
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