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e@NEGÓCIOS
Analistas vêem dificuldade na criação de uma Nasdaq no país; custo para abrir capital é obstáculo
EUA sugam "nova economia" do Brasil
da Reportagem Local
Pelo menos 12 das 15 mais importantes empresas de Internet
do país querem abrir seu capital
nos EUA nos próximos meses
-isto é, vender suas ações para
obter mais recursos.
A avaliação é de Achilles Couto,
diretor para a América Latina da
Nasdaq, a Bolsa eletrônica dos
EUA. O poder de atração da Nasdaq preocupa os analistas brasileiros. A avaliação da maioria é
que dificilmente será possível
criar algo similar no Brasil.
O Brasil já tem sua Bolsa eletrônica, a Soma, que deveria exercer
aqui o papel que a Nasdaq exerce
nos EUA. É muito improvável, no
entanto, que a Soma possa oferecer alguma resistência à atração
da Bolsa norte-americana.
Enquanto espera-se que mais
de dez empresas dirijam-se à Nasdaq, a Soma deve anunciar a entrada de quatro novas empresas.
Em janeiro, a Soma movimentou US$ 31,5 milhões. Sua congênere norte-americana girou US$
1,8 trilhão no mesmo período. É
uma luta de Davi e Golias e, nesse
caso, poucos apostam que a história bíblica possa se repetir.
Um dos otimistas é o presidente
da Soma, Romeu Pasquantonio.
Ele acredita que o melhor caminho para as empresas é abrir capital no Brasil. "A chegada à Nasdaqé uma escada", diz.
Na sua avaliação, a passagem
pelas Bolsas brasileiras é um degrau obrigatório. "O custo para
abrir capital nos EUA é de US$ 2
milhões. Poucas empresas podem
arcar com esse custo", afirma.
Mas ele admite que as maiores
empresas podem recorrer ao
mercado dos EUA. Aos brasileiros que quiserem investir em
ações da nova economia, restariam papéis de segunda linha.
Couto confirma os altos custos
para que uma empresa lance seus
papéis nos Estados Unidos, mas
faz uma ressalva: "Em uma operação bem feita, ela recupera facilmente esse investimento na captação de recursos".
Mais problemas
Não é só a concorrência da Nasdaq que abala o mercado de capitais brasileiro. Os brasileiros nunca encararam ações como uma
opção de poupança. Uma parcela
muito pequena da população investe no mercado acionário.
Muitos empresários nem sequer sabem como funciona o
mercado de capitais. Na última
semana, num seminário sobre
abertura de capitais, os palestrantes esforçavam-se para explicar
porque os preços das ações sobem ou caem.
Algumas normas da Comissão
de Valores Mobiliários também
dificultam a vida das empresas
virtuais. Apenas empresas com
mais de três anos de existência
podem abrir capital no Brasil. Isso, na prática, impede que a maioria entre na Bolsa.
(MB)
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