|
Próximo Texto | Índice
RETOMADA
Exportação supera importação em US$ 8,4 bi de janeiro a março, apesar de real apreciado; EUA e Argentina puxam vendas
Saldo da balança bate recorde no trimestre
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A balança comercial registrou
um saldo recorde no primeiro trimestre deste ano, segundo dados
do Ministério do Desenvolvimento. Entre janeiro e março, as exportações brasileiras superaram
as importações em US$ 8,319 bilhões, o maior resultado já alcançado nesse período e um crescimento de 35,6% em relação aos
primeiros três meses de 2004.
Tanto as exportações quanto as
importações bateram recordes no
primeiro trimestre, mas foram as
vendas para o exterior que apresentaram o aumento mais expressivo.
As exportações ficaram em US$
24,451 bilhões entre janeiro e
março, crescimento de 25,7% em
relação a 2004. No mesmo período, as importações se expandiram
em 21,2%, chegando a US$ 16,132
bilhões.
As exportações do mês de março, por sua vez, foram de US$
9,251 bilhões, o segundo maior resultado já registrado em um único
mês -o recorde foi estabelecido
em junho de 2004, quando as vendas para o exterior chegaram a
US$ 9,328 bilhões.
A meta do governo é fazer com
que as exportações cheguem a
US$ 112 bilhões neste ano -contra US$ 96,5 bilhões de 2004.
"As exportações de produtos
manufaturados para os Estados
Unidos e para a Argentina foram
os principais responsáveis por esse resultado", diz o secretário de
Comércio Exterior, Ivan Ramalho. Os dois países são os maiores
compradores de mercadorias
brasileiras.
Entre janeiro e março, as exportações para os EUA somaram US$
5,303 bilhões -o equivalente a
21,7% de todas as vendas para o
exterior realizadas no período. Os
embarques de mercadorias para a
Argentina, por sua vez, totalizaram US$ 2,033 bilhões. Para Ramalho, o crescimento econômico
observado nesses dois países ajuda a explicar o desempenho das
exportações brasileiras.
Câmbio
O secretário afirmou ainda que
os números da balança mostram
que, mesmo com a manutenção
da cotação do dólar num nível relativamente baixo, as vendas de
produtos brasileiros para outros
países não devem ser afetadas
-apesar das reclamações das
empresas exportadores e do próprio ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, sobre o
patamar atual da taxa de câmbio.
"Um setor ou outro pode até fazer algumas afirmações sobre o
câmbio, mas as empresas que já
têm uma colocação consolidada
no mercado externo não vão abrir
mão de sua participação", diz Ramalho. Por esse raciocínio, as empresas brasileiras não deixarão de
exportar, mesmo com um câmbio
menos favorável, para não perder
a fatia de mercado conquistada,
ao longo dos últimos anos, em
outros países.
Do lado das importações, a
maior parte das encomendas se
referem a matérias-primas adquiridas por empresas instaladas no
Brasil. As compras desse tipo de
produto somaram US$ 8,541 bilhões no primeiro trimestre deste
ano -pouco mais da metade do
total de importações do período.
As importações de bens de capital
(máquinas e equipamentos) cresceram 27,4% em relação aos primeiros três meses de 2004, chegando a US$ 3,251 bilhões neste
ano.
Não há um objetivo específico,
no governo, para o superávit a ser
alcançado pela balança comercial
neste ano. Uma projeção do Banco Central aponta para um saldo
de US$ 27,5 bilhões, o que representaria uma pequena queda em
relação aos US$ 33,7 bilhões do
ano passado. Essa queda resultaria do aumento esperado para as
importações neste ano, que são
impulsionadas pelo crescimento
da economia.
Próximo Texto: Opinião econômica - Gesner Oliveira: Não basta sepultar a MP 232 Índice
|