São Paulo, sábado, 02 de abril de 2005

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MERCADO ABERTO

Energia supera níveis pré-apagão

Em 2004, o consumo de energia total no país superou, pela primeira vez, o registrado antes do racionamento de 2001. Segundo dados da Eletrobrás, no ano que passou o país consumiu 4,2% a mais de energia do que em 2000, ano anterior ao racionamento. O consumo de energia em 2004 foi de 320.421 GWh, contra 307.528 GWh de 2000. Já em relação a 2003, quando o país consumiu 306.987 GWh, a alta foi de 4,38%.
O destaque foi o setor industrial, cujo consumo cresceu 7,14% de 2003 para 2004, de 136.221 GWh para 145.949 GWh. Em 2000, o consumo do setor fora de 131.278 GWh. Em relação a esse ano anterior ao apagão, o crescimento foi de 11,2%.
O aumento do consumo de energia foi puxado principalmente pelo crescimento de 5,2% do PIB do ano passado. A indústria foi um dos destaques, com alta de 8,3%, a maior desde 1986.
Para o consultor David Zylbersztajn, ex-presidente da ANP (Agência Nacional do Petróleo) e um dos principais responsáveis pelo programa de racionamento de 2001, o crescimento do consumo de energia mostra que houve um ganho importante da sociedade.
Segundo Zylberstajn, "a sociedade aprendeu a produzir mais riquezas consumindo menos energia". Do início da crise do apagão (2001) até o ano passado, o país cresceu 9,2%, e, apesar disso, só em 2004 se consumiu mais energia do que antes do racionamento. "A sociedade se modernizou, tudo bem que de forma forçada, mas se modernizou."
Apesar de todos os ganhos, o consumo de energia de 2004 acendeu um sinal amarelo. Para Zylberstajn, o país tem que começar o mais rapidamente possível a dar partida a novos investimentos no setor de energia, uma vez que uma hidrelétrica leva, por exemplo, de quatro a cinco anos para ficar pronta. Por ora, não há risco de falta de energia. Os reservatórios, em sua maioria, estão cheios, mas o país precisa se preparar para a energia não se tornar, mais uma vez, um empecilho ao crescimento, afirma.

EXPORTAÇÃO PLÁSTICA
Juan Quirós (Apex) e Merheg Cachum (INP) renovam na segunda o convênio do programa "Export Plastic". Ao todo, são R$ 10 milhões investidos, a partir dos quais as metas do projeto foram ampliadas para 165 empresas com exportações de US$ 56 milhões de produtos de plásticos neste ano.

COMÉRCIO E CRÉDITO
Com o objetivo de fidelizar o consumidor e eliminar a taxa de administração das bandeiras de cartões de crédito, a Associação Comercial de São Paulo lança, na próxima semana, um cartão de crédito para o varejo. O pequeno comerciante poderá estampar sua marca e diminuir o risco de crédito. Em todo o Brasil, estima-se que haja 100 milhões de cartões "private label", metade administrado pelas grandes redes.

NO EXTERIOR
A semana de relações internacionais da Faap terá como tema neste ano a internacionalização das empresas. A Odebrecht e a Fogo de Chão são alguns dos exemplos abordados no evento, que acontece nos dias 11 a 15 de abril.

OTIMISMO
O aumento da renda do trabalhador esperado para este ano deve impulsionar as vendas de papel higiênico, especialmente para as classes C e D. "O consumo de papel higiênico per capita no Brasil é baixíssimo. As classes mais populares são as que possuem maior potencial de crescimento", diz Philippe Boutaud (à esq.), presidente da Santher, uma das maiores fabricantes do produto no país. Para 2005, a expectativa de Boutaud é a de um aumento de até 10% nas vendas. "A melhora da renda é fundamental para crescermos."

PÃO E VINHO

Para tentar ampliar as vendas de vinhos, o Pão de Açúcar aposta no atendimento individualizado e especializado de seus funcionários. Com esse propósito, embarcou para Mendoza, na Argentina, um grupo de atendentes. Hoje já existem 82 especializados. "A viagem é para eles colherem informações e poderem transmiti-las aos clientes sobre que tipo de vinho combina com qual comida", diz a diretora de marketing, Maria do Carmo Pousada, que acompanha o grupo, ao lado do enófilo Carlos Cabral. A rede espera vender 20,5 milhões de garrafas em 2005, alta de quase 20% ante 2004.


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